7 momentos em que a ciência brilhou em 2022
Produção de energia por fusão nuclear, plantação em solo lunar e transplante de coração de porco estão entre os destaques
O noticiário científico esquentou durante o ano de 2022 com descobertas físicas, químicas, biológicas e tecnológicas. Na retrospectiva do que aconteceu durante esses 12 meses, a equipe do Byte separou 8 grandes momentos da ciência com descobertas e atuações imprescindíveis para evitar catástrofres. Confira:
1. O surto contido de mpox
Se durante 2020 e 2021 as novidades foram marcadas pela pandemia da covid, que ainda permanece sendo uma emergência de saúde em alguns países, este ano também teve uma doença responsável por muitas manchetes de preocupação: a mpox (anteriormente conhecida como monkeypox, ou varíola dos macacos).
Foram mais de 88 mil registros e 66 mortes de mpox em 2022 — números muito diferente do que vimos com o coronavírus. Apesar de ser uma doença zoonótica viral, o que significa que pode se espalhar de animais para humanos e também pode se espalhar entre as pessoas, as vacinas já aprovadas e uma comunidade científica pronta para agir garantiram que o surto não tomasse proporções maiores.
2. Primeiro transplante de coração de porco bem-sucedido
Em 7 de janeiro, em uma cirurgia inédita, um homem de 57 anos com doença cardíaca terminal recebeu um transplante bem-sucedido de um coração de porco geneticamente modificado. O paciente, David Bennett, não se qualificava para um transplante de coração tradicional, e os médicos consideraram essa como sua última esperança.
Bennett faleceu em março, mas não devido à falência do órgão. O coração transplantado funcionou bem por várias semanas e não apresentou nenhum dos sinais típicos de rejeição pelo corpo, mesmo quando examinado durante a autópsia.
3. Genoma humano está completo após 20 anos
Em 2003, o Projeto Genoma Humano mapeou cerca de 92% do genoma humano, e os últimos 8% que faltavam foram decodificados este ano, em março. O código inclui numerosos genes e DNA repetitivo, e são comparáveis em tamanho a um cromossomo inteiro.
Pesquisadores conseguiram gerar a sequência completa do genoma usando uma linha celular especial que possui duas cópias idênticas de cada cromossomo, ao contrário da maioria das células humanas, que carregam duas cópias ligeiramente diferentes.
4. Plantas cultivadas em solo lunar
Em maio, cientistas cultivaram com sucesso plantas no solo da Lua, o primeiro registro do tipo na história da humanidade e um marco na exploração lunar e espacial. As amostras, coletadas durante as missões Apollo 11, 12 e 17, foram emprestadas pela Nasa. Pesquisadores usaram poços do tamanho de dedais em placas de plástico usadas no cultivo de células.
Enquanto quase todas as plantas lunares brotaram, houve diferenças entre as plantas cultivadas em solo lunar e o grupo de controle. Por exemplo, algumas das plantas cultivadas na lua eram menores, cresciam mais lentamente ou tinham tamanhos mais variados do que as do outro grupo.
5. Dados do Telescópio Espacial James Webb
Em 24 de janeiro de 2022, o mais poderoso e complexo telescópio de ciência espacial do mundo chegou a seu destino orbital. Mas apenas em 12 de julho, a Nasa revelou as cinco primeiras imagens tiradas pelo Telescópio Espacial James Webb.
As imagens com uma quantidade de detalhes inéditos deixaram o mundo impressionado. Desde então, Webb capturou algumas das primeiras galáxias do universo (possivelmente até as estrelas mais antigas da região), revisitou o local dos Pilares da Criação e detalhou perfil químico da atmosfera de um exoplaneta pela primeira vez.
6. Partícula de Bóson W
A medição da massa de uma partícula elementar chamada "Bóson W" fez físicos se animarem este ano. Dados do Collider Detector no Fermilab (CDF) sugerem que a partícula é mais pesada do que o esperado — se isso for confirmado, a descoberta seria exatamente o tipo de brecha que pesquisadores procuram no modelo padrão da física de partículas.
Apesar disso, os cientistas permanecem cautelosos. Todas as atenções estão agora voltadas para o Grande Colisor de Hádrons, que deve reiniciar seus experimentos após uma reforma de três anos. A esperança é que esses testes forneçam resultados que estabelecerão as bases para uma nova teoria da física mais completa.
7. Energia produzida por fusão nuclear é anunciada
O Laboratório Nacional Lawrence Livermore, nos Estados Unidos, confirmou no dia 13 de dezembro que um reator conseguiu produzir mais energia do que a utilizada para iniciar o processo de fusão nuclear pela primeira vez. Este é um grande passo para a aplicação de energia limpa, segura e potencialmente inesgotável.
A energia de fusão nuclear é produzida por um processo semelhante ao que ocorre no núcleo das estrelas como o Sol: com calor, pressão e confinamento, os núcleos de átomos de hidrogênio se fundem, liberando enormes quantidades de energia.