A estratégia dos EUA para enfrentar o crescimento naval imparável da China tem um protagonista inesperado: o Japão
Japão e Coreia do Sul, com décadas de experiência e eficiência, podem ser a chave para que os EUA recuperem sua posição dominante na construção naval militar
Os Estados Unidos vêm ficando para trás em um setor que antes dominavam: a construção naval militar. Sua frota (sub)marítima foi reduzida, junto com seu orçamento. Enquanto isso, China, Rússia e até mesmo Coreia do Norte desenvolveram um novo tipo de "guerra" sob o mar, dando especial importância ao fator "nuclear" nos UUVs (submarinos não tripulados), Washington permaneceu paralisada. O caso do Ártico é outro exemplo perfeito. Talvez por isso o foco tenha mudado radicalmente: Japão.
Japão como exemplo
Diante do crescente poderio marítimo da China e das dificuldades enfrentadas pela indústria naval dos Estados Unidos, o Congresso está avaliando a possibilidade de adotar o modelo japonês de produção contínua de submarinos. Diferentemente do sistema norte-americano, em que a quantidade de embarcações construídas varia anualmente conforme o orçamento, o Japão (junto com a Coreia do Sul) tem mantido por décadas um ritmo de produção de um submarino por ano, um modelo que proporcionou estabilidade à sua indústria naval e eficiência nos custos.
O especialista em temas navais do Congresso, Ronald O'Rourke, apresentou esse modelo em uma audiência do Subcomitê de Projeção de Forças e Poder Marítimo da Câmara dos Representantes, argumentando que a estratégia japonesa permite manter uma taxa de aquisição constante sem comprometer o tamanho total da frota. Em vez de aumentar a produção, o Japão gerencia o número de submarinos em serviço por meio da extensão de sua vida útil.