A rádio AM acabou no Brasil? Não é bem assim: entenda o que mudou este ano
Setor de radiodifusão AM no Brasil vivenciará transformações significativas a partir de 2024
Muito se falava que, com a chegada de 2024, a radiodifusão local AM acabaria no Brasil, mas a verdade é que a questão é um pouco mais complexa — para alívio dos ouvintes. Tudo indica que, mais do que um fim melancólico, o setor passa por uma adequação a novas tecnologias, e as estações já parecem ter embarcado na jornada. As informações são do portal Tudo Rádio.
O Decreto nº 8139, de 2013, que orienta a conversão das emissoras AM para FM, determina um novo enquadramento para as estações AM de menor potência, as de classe C, categorizando-as como regionais.
Essa reclassificação impacta diretamente as rádios AM de classe C, conhecidas por seu alcance mais limitado. A maioria dessas emissoras não seria "exterminada" com a nova regra, tendo já realizado a transição para a faixa FM, seguindo o plano estabelecido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Dos 699 canais AM de classe C, a grande parte encontra-se desocupada, refletindo a adesão de 96% das emissoras à mudança para FM, conforme afirmou Eduardo Cappia, especialista em engenharia de telecomunicações da EMC/SET/AESP, ao Tudo Rádio.
As rádios AM de classe C que ainda não migraram deverão se adaptar à classe B. Esse processo exige que as estações busquem orientação de seus engenheiros responsáveis para cumprir as diretrizes específicas.
Outro ponto relevante é que algumas rádios AM de classe C, após a migração para o eFM (FM estendido), continuariam operando na AM durante um período de transição de até cinco anos. Esse intervalo é essencial para a adaptação até a completa desativação das transmissões AM.
Tecnicamente, as rádios FM de baixa potência já apresentam vantagens em relação às AM, tanto em alcance quanto em qualidade de transmissão. A transição para o FM, portanto, traria um aprimoramento na qualidade dos serviços de radiodifusão local.
As rádios AM de classes A e B, que atuam em escala regional e nacional, manterão suas atividades sem alterações. As estações de classe C que optarem por não migrar para FM, passarão pelo processo de reenquadramento após o prazo determinado pelo decreto, segundo o Tudo Rádio.