A revolução tecnológica que mudou a indústria do entretenimento
Melhor filme, melhor diretor, melhor ator, melhor atriz, melhores efeitos visuais. Oscar é tecnologia.
Se hoje estamos em tempos de megaproduções com efeitos especiais, é porque o cinema foi uma das artes que mais usou da criatividade em tempos de tecnologias esparsas para dar importante passo rumo à modernidade, pois sempre previu que os efeitos especiais eram possíveis desde o século passado.
De lá para cá, muita coisa evoluiu. Desde a técnica de animação com efeitos tridimensionais à evolução dos computadores, os efeitos visuais ficaram ainda mais realistas e não demorou muito para a animação em 3D se popularizar nos anos 1990, enchendo os olhos dos espectadores de pura emoção.
Há pouco, fomos surpreendidos pela era digital. Popularizado com “Avatar” (2009), o cinema 3D ampliou a experiência oferecida, ao dar a oportunidade ao espectador de “estar dentro” das produções cinematográficas com grande realismo.
Esta era trouxe também o streaming, e a proliferação de plataformas digitais, onde o conteúdo mais imersivo e disponível sob demanda, permitiu novos segmentos com receitas significativas para o setor - games em realidade virtual, e-sports (bilheteria de campeonato de game), podcast, OTT (Over the Top) com distribuição de conteúdo pela internet, entre outros.
Diante deste universo, o Brasil aponta como um pólo promissor de criação nesse mercado, com iniciativas que viabilizam a consolidação da cadeia produtiva de cinema, TV e publicidade como um todo, em consonância com a perspectiva do crescimento das produções e conteúdo de audiovisuais no país e no mundo.
Nosso potencial e capacidade de caminhar lado a lado com a modernidade e inovação tecnológica é enorme. Temos know-how e somos provedores de softwares que produzem os mais variados efeitos visuais dos filmes premiados pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas nos últimos 25 anos.
Foi com o objetivo de fomentar e apoiar esse universo dos efeitos visuais no Brasil, que junto com os Estúdios Globo, grande cliente e parceiro da nossa área de Mídia e Entretenimento, construímos a plataforma de petróleo virtual para a série Ilha de Ferro. Para se ter uma ideia de como a tecnologia foi essencial nessa produção, cerca de 7.200 takes foram feitos com computação gráfica, sendo 30 takes feitos com computação, sem nenhum tipo de gravação.
É impressionante como produções como essa, onde mesmo contando com gravação em modelo híbrido (parte cenografia e parte efeitos visuais), que trouxe muito realismo às cenas, nos faz entender que o mercado digital se mostra cada vez mais sem fronteiras.
Cabe a nós continuar avançando nessa direção. Da nossa parte, como empresa líder em software 3D da indústria, fomentar o mercado de efeitos visuais por meio de treinamentos e softwares de modelagem e animação em 3D, para que profissionais de design e artistas visuais explorem novas tendências e assim criem oportunidades cada vez maiores para a indústria da Mídia e Entretenimento no país.
Se pararmos para pensar, essa indústria que me encanta e que acompanho de perto, é realmente fascinante. A mesma tecnologia usada em grandes produções de entretenimento também é usada para a digitalização de projetos de arquitetura, preservação digital de monumentos históricos e execução de construções complexas como viadutos, estradas, pontes etc, que entregam valor à sociedade e contribuem com a modernização do país.
O futuro realmente é promissor. A revolução tecnológica mais uma vez irá nos surpreender. Ou quem sabe já fomos surpreendidos.
Estamos agora diante do “novo” mundo virtual que simula um ambiente real coletivo por meio de dispositivos digitais que, mesmo não existindo fisicamente, protagoniza grande relevância ao ser o responsável por mais um avanço tecnológico, abre novas oportunidades profissionais gerando uma demanda muito grande por mão de obra qualificada.
O que esperar da soma de "realidade virtual", "realidade aumentada" e hiperconexão de internet?
O tão falado ambiente virtual imersivo, coletivo, onde iremos conviver usando avatares customizados em 3D, chamado Metaverso. Bom, esse é assunto para o próximo capítulo.
(*) Sylvio Mode é presidente da Autodesk Brasil.