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Abandonar a energia nuclear pode causar mortes por poluição atmosférica

Se os Estados Unidos deixassem de lado a energia nuclear, estudo aponta que pelo menos 5 mil pessoas morreriam em um ano pela poluição gerada por outras fontes

11 abr 2023 - 18h57
(atualizado às 19h51)
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Enquanto reatores nucleares envelhecem e países ao redor do mundo planejam suas transições para uma matriz energética sem energia nuclear, um estudo do MIT mostra que deixar essa fonte para trás pode ter consequências catastróficas. Os autores argumentam que esse movimento pode dar lugar a fontes poluentes de energia, que causariam mais de cinco mil mortes prematuras.

Nos Estados Unidos, cerca de 20% da eletricidade é proveniente da energia nuclear. Mas muitos dos seus 92 reatores — a maior matriz instalada no mundo — estão chegando ao fim do seu ciclo de vida. A questão que se coloca para os tomadores de decisão no país é se eles devem ser aposentados ou recondicionados para continuar produzindo energia.

Acidentes nucleares, como os de Chernobyl e Fukushima, fazem países pensarem em deixar a energia nuclear de lado, mas o fato é que, em termos de emissões, ela é uma alternativa limpa ao petróleo, carvão e gás natural. A equipe de pesquisadores utilizou simulações computacionais para avaliar as possíveis mudanças no sistema energético do país até 2030, incluindo as novas disponibilidades de energias renováveis esperadas até lá.

O vídeo acima mostra o aumento esperado na poluição em dois cenários de desligamento completo das usinas nucleares. No mapa da esquerda, nenhuma outra mudanças é feita na matriz energética, enquanto no da direita as energias renováveis são incorporadas. Além da estimativa total ao redor do país, o modelo permitiu identificar padrões regionais, apontando para um aumento da poluição concentrado na costa leste do país, onde a energia nuclear é mais presente hoje.

O estudo estima um total de 5.200 mortes em apenas um ano relacionadas ao acréscimo na poluição atmosférica com a transição energética. Os números estão altamente relacionados com o espaço preenchido pelos combustíveis fósseis, mas mesmo sem eles — em uma transição feita apenas para energias renováveis — a pesquisa aponta um total de 260 mortes ao redor do país pelo aumento na poluição.

Lyssa Reese, estudante de pós-graduação no MIT e líder do estudo, diz que os resultados "colocam mais uma camada na relação entre saúde ambiental e impactos sociais quando se pensa no desligamento nuclear." Enquanto os debates focam no risco de acidentes, os efeitos climáticos a longo prazo são pouco considerados, ela afirma.

Foto: IndustryAndTravel/Envato / Canaltech

O histórico, tanto nos Estados Unidos quanto fora, mostra uma inclinação aos combustíveis fósseis. Nos estados da Califórnia e do Tennessee, carvão e gás natural já ocuparam o espaço deixado por reatores desativados. Na Alemanha, a transição quase completa da matriz nuclear também deu lugar à queima de carvão.

Publicado na revista Nature, o estudo contou com apoio da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos.

Fonte: Nature Energy Via: MIT

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