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Acesso à web chega a 88% dos jovens das classes D e E; há 5 anos, era 70%

Os resultados mostram que 96% dos usuários de internet de 9 a 17 anos acessam a rede todos os dias ou quase todos os dias

3 mai 2023 - 15h00
(atualizado às 15h09)
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Pesquisa mostrou que jovens de baixa renda estão mais ativos na internet
Pesquisa mostrou que jovens de baixa renda estão mais ativos na internet
Foto: Sigmund via Unsplash

Cerca de 88% dos jovens das classes D e E acessam a internet no Brasil — número 18 pontos percentuais acima do que cinco anos atrás. É o que mostrou a nova edição da pesquisa TIC Kids Online Brasil 2022, que entrevistou presencialmente 2.604 crianças e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, assim como seus pais ou responsáveis, em todo o território nacional.

Em 2017, esse mesmo índice de jovens das classes D e E com acesso à internet era de 70% no mesmo estudo.

Os resultados mostram que 96% dos usuários de internet de 9 a 17 anos acessam a rede todos os dias ou quase todos os dias. A maioria dos jovens utiliza o celular para conectar à web. Para jovens de baixa renda, um dos maiores problemas é a falta de créditos e baixa qualidade de conexão.

A maioria dos adolescentes tem certo cuidado com as suas informações no ambiente digital, selecionando o que postam e evitando conexões com estranhos. No entanto, só pouco mais da metade afirmou que lê os termos de privacidade de aplicativos ou sites que usam.

Além disso, 19% dos entrevistados relataram que "sempre ou quase sempre" ficam chateados ou incomodados com coisas que acontecem na internet, especialmente entre os usuários de 15 a 17 anos.

Computador dá espaço ao celular

O estudo também mostra que o telefone celular é o dispositivo mais usado para se conectar à internet, com 96% de uso, sendo que 56% dos usuários só usam esse aparelho. Das classes AB, 21% usam o celular de forma exclusiva para acessar a internet, conta 49% da classe C e 82% das DE.

O computador, por outro lado, perde cada vez espaço no cotidiano nos jovens, com apenas 43% dos entrevistados usando esse dispositivo para se conectar à internet, em comparação com 80% em 2014.

Para se ter ideia, o acesso pelo computador é menor do que o registrado pela televisão (63%), o que tem se tornado comum, especialmente entre as classes AB (91%).

Acesso à web não vem sem dificuldades

A internet ainda enfrenta barreiras de acessibilidade, especialmente para as classes DE. Dos entrevistados deste grupo, 39% relataram que "sempre ou quase sempre" sentem a velocidade da conexão ficar ruim, e 28% ficam sem internet porque os créditos do celular acabaram.

Além disso, 25% dos usuários das classes DE alegaram ter deixado de fazer alguma atividade online com medo de os créditos terminarem.

O gerente do Cetic.br/NIC.br, Alexandre Barbosa, enfatizou que o acesso à internet não é suficiente, é importante ter condições de acesso apropriadas para uma conectividade significativa, permitindo o desenvolvimento de habilidades digitais e a participação online. 

"O limite no acesso pode restringir direitos fundamentais dessa população na sociedade da informação”, analisa.

Privacidade e segurança online

Entre os usuários de 11 a 17 anos, a maioria afirmou ser cuidadosa com informações pessoais que postam (79%) e com convites de amizade que aceitam na internet (73%). Além disso, 77% declararam que só utilizam aplicativos ou sites em que confiam, e 76% são cuidadosos com os links de vídeos em que clicam.

No entanto, um percentual menor de entrevistados reportou fornecer apenas o mínimo de informações pessoais possível ao se registrarem online (58%) e ler os termos de privacidade de aplicativos ou sites que usam (55%).

Quanto às estratégias adotadas para proteger a privacidade, mais da metade dos usuários de 11 a 17 anos reportou ter bloqueado mensagens de alguém com quem não queriam conversar (63%), ter usado senhas seguras (58%) e alterado as configurações de privacidade para que menos pessoas pudessem ver o seu perfil (52%).

Em menores proporções, indivíduos da mesma faixa etária afirmaram já ter excluído seus registros de históricos de busca (38%) e escolhido usar aba anônima ou privada em um navegador da web (18%).

Fonte: Redação Byte
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