Advogado diz que não viu sinais de que John McAfee poderia cometer suicídio
O advogado do pioneiro dos softwares antivírus John McAfee afirmou nesta quinta-feira que não viu sinais prévios de que seu cliente poderia cometer suicídio na prisão espanhola em que estava.
Legistas espanhóis conduziam uma autópsia no corpo de McAfee depois que ele foi encontrado morto na quarta-feira, em sua cela em uma prisão de Barcelona, após uma decisão da Justiça da Espanha que permitiu sua extradição de volta para os Estados Unidos.
Uma porta-voz do Departamento de Justiça da Catalunha afirmou que a morte aparentou ser suicídio, mas a causa final será determinada pela autópsia. A prisão em que McAfee estava abriu uma investigação interna sobre o caso, disse.
O advogado Javier Villalba afirmou que McAfee, 75 anos, que lançou comercialmente o primeiro programa antivírus do mundo em 1987, parece ter se enforcado depois de ficar nove meses na prisão.
"Eu tinha contatos constantes por telefone com ele", disse Villalba à Reuters. "Em nenhum momento ele mostrou qualquer preocupação especial ou sinal que nos levasse a pensar que isso poderia acontecer."
O advogado disse que McAfee sentia "dor e raiva porque não era justificado sob qualquer circunstância que ele continuasse preso".
McAfee compartilhava cela com outro preso, mas estava sozinho quando morreu, afirmou uma fonte na prisão.
O pioneiro dos softwares antivírus foi preso em 3 de outubro em Barcelona depois de anos se esquivando de autoridades dos EUA. Ele foi indiciado no Estado norte-americano do Tennessee por evasão fiscal e por fraude em um caso envolvendo criptomoedas em Nova York.
Dias depois ele escreveu um tuíte da prisão: "Está tudo bem. Saibam que se eu me enforcar, a la Epstein, não será culpa minha." Ele se referiu a Jeffrey Epstein, preso por crimes sexuais e que se matou em uma prisão dos EUA em 2019.
Em abril, McAfee reclamou que tinha contato limitado com outras pessoas e que não tinha "entretenimento, nenhum refúgio da solidão, do vazio, de mim mesmo".