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Afinal, por que foram três anos de pandemia de covid-19?

Países devem gerenciar o vírus juntamente com outras doenças infecciosas

5 mai 2023 - 16h48
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Conheça as razões para a mudança de status da pandemia
Conheça as razões para a mudança de status da pandemia
Foto: Freepik

Mais de três anos após a declaração de emergência sanitária global da covid-19, a Organização Mundial da Saúde (OMS) encerrou esse status nesta sexta-feira (5).

Mas quais as razões de mudar o status de pandemia agora? Em relação aos números, mais de 3.500 pessoas morreram na última semana de abril e bilhões permanecem não vacinados. A covid-19 ainda se espalha, o vírus evolui e continua uma ameaça à saúde global.

O que muda em relação ao cenário de um ano atrás é o fato de o vírus demandar um nível menor de preocupação, de acordo com autoridades da OMS.

Durante reunião do seu comitê de emergência, realizada na quinta-feira (4), a OMS destacou a tendência de queda nas mortes por covid-19, a redução nas hospitalizações e internações em unidades de terapia intensiva relacionadas à doença e os altos níveis de imunidade da população.

Segundo a OMS, os países agora devem gerenciar o vírus juntamente com outras doenças infecciosas e manter uma gestão de longo prazo da pandemia.

A taxa de mortalidade por covid desacelerou de um pico de mais de 100 mil pessoas por semana em janeiro de 2021 para pouco mais de 3.500 na semana até 24 de abril de 2023. Para a OMS, isso reflete a vacinação generalizada, a disponibilidade de melhores tratamentos e um nível de imunidade da população contra infecções anteriores.

Por que demorou tanto para acabar?

Para responder a essa pergunta é preciso recuperar alguns dos principais acontecimentos da pandemia.

  • O novo coronavírus, na época ainda sem nome, foi identificado pela primeira vez a partir de um surto em Wuhan, China, em dezembro de 2019;
  • A OMS declarou o novo surto como Emergência de Saúde Pública de Âmbito Internacional (PHEIC) em 30 de janeiro de 2020. No fim deste mês, os primeiros casos apareciam na Europa;
  • Em fevereiro daquele ano, o mesmo órgão passa a chamar o vírus oficialmente de SARS-CoV-2, e a doença, de covid-19 (sigla para 'coronavirus disease 2019');
  • Em 11 de março de 2020, foi declarada a pandemia, que designa epidemias que se espalham rapidamente por grandes regiões, como continentes inteiros. O Brasil já começava a ter casos diariamente, e o vírus não tinha remédio nem vacina próprios;
  • Ao longo de 2020, com os casos e mortes aumentando, países decretaram políticas de isolamento social, algumas mais brandas que outras. Em paralelo, farmacêuticas e cientistas realizavam uma corrida por vacinas;
  • Em dezembro de 2020, um ano depois do início do surto, a primeira vacina era aprovada no Reino Unido; em janeiro de 2021, uma enfermeira é a primeira vacinada no Brasil;
  • Ao longo de 2021, as campanhas de vacinação têm início pelo mundo. Ainda assim, a doença segue matando diariamente, enquanto campanhas de desinformação e negacionismo científico tentam desacreditar as vacinas em paralelo;
  • O Brasil terminou 2021 com o total de 619.109 mortes por covid;
  • Com o aumento do número de vacinados, muitos começaram a retomar atividades interrompidas com a pandemia em 2021, e principalmente em 2022. Mas a grande quantidade de casos e novas variantes fizeram com que muitos mantivessem o uso de máscaras em aglomerações.

Ao longo desse período, a comunidade médica seguia preocupada com o afrouxamento dos cuidados da população contra a covid. O Institulo Butantan enumerou em seu site, em março de 2022, alguns dos motivos que levaram à demora para o fim da pandemia:

  • Bilhões de pessoas sem vacina: até pouco mais de um ano, havia pelo menos 3 bilhões de pessoas no planeta sem acesso a qualquer vacina contra covid-19; em vários países africanos e americanos menos de 40% da população estava vacinada;
  • Crianças não elegíveis à vacinação: havia ainda uma grande população infantil sem acesso às vacinas contra covid-19 em todo o mundo. No Brasil, por exemplo, somente crianças a partir de cinco anos podiam tomar o imunizante até março do ano passado. A vacina para quem tinha de zero a quatro anos foi liberada pela Anvisaem setembro;
  • Muitos sem completar o esquema vacinal: pesquisas indicavam que a alta proteção das vacinas contra casos graves de covid-19 ocorria só com esquema vacinal completo. No Brasil, 54 milhões de pessoas ainda não tinham tomado a dose de reforço até janeiro de 2022;
  • Surgimento de novas variantes do vírus: as sublinhagens da variante ômicron BA.1, BA.2 e a aparição da delta-ômicron preocuparam a OMS e foram motivos fortes para não determinar o fim da pandemia;
  • Número de casos e mortes continuava alto: o avanço da variante ômicron mostrou que cada mutação se mostrou mais transmissível. No Brasil, essa variante promoveu uma explosão de casos; em fevereiro de 2022, e um único dia houve mais de 298 mil casos no país.

Problema contínuo

De acordo com o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, a Covid-19 é agora um problema de saúde estabelecido e contínuo que não constitui mais uma emergência de saúde pública de preocupação internacional (PHEIC).

A OMS atualizou sobre o status da vacinação global e considerações sobre as implicações para o potencial término de uma PHEIC.

Globalmente, 13,3 bilhões de doses de vacinas foram administradas: 89% dos profissionais de saúde e 82% dos adultos com mais de 60 anos concluíram a série primária (uma ou duas doses iniciais recomendadas de acordo com o esquema vacinal), lembrando que a cobertura em grupos prioritários tem variações nas diferentes regiões.

Ameaça ainda existe

Embora tenha declarado fim da emergência, o diretor da OMS frisou que a covid não deixou de ser uma ameaça. “Esse vírus veio para ficar. Ainda está matando e ainda está mudando. Permanece o risco do surgimento de novas variantes que causam novos surtos de casos e mortes”, disse.

No mundo, foram mais de 765 milhões de casos confirmados de covid-19 desde o início da pandemia e quase 7 milhões de mortes em decorrência da doença, segundo dados da OMS. O órgão chama atenção para o fato de que esses números podem ser superiores em razão de casos não notificados.

O Brasil foi um dos países mais afetados. Segundo o Ministério da Saúde, foram registradas mais de 37,4 milhões de infecções e 701,4 mil mortes até 26 de abril.

Fonte: Redação Byte
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