Amy Webb acredita que estamos no início de um superciclo tecnológico
Na visão da futurista, todas as pessoas vivas agora estão na "Geração T", que passam por uma transição tecnológica
A CEO e fundadora do Instituto Future Today, Amy Webb, participou da Febraban Tech 2024 no painel "IA: mudando o curso da história humana" nesta quinta-feira (27). O tema principal da palestra foi como a inteligência artificial (IA) será o ponto central da nova economia.
Com o Instituto, a especialista prevê diversos cenários referentes a tecnologia, em todos os tipos de indústria. Quanto ao Brasil, Webb acredita que o país está vivendo no passado, com empresas que comandam a economia do país em setores "do século 20".
Ela destaca que o país tem potencial de ter mais inovação, mas quando se trata de inteligência artificial, Webb define que há dois princípios básicos para as companhias entrarem na corrida IA: medo ou FOMO (fear of missing out, em inglês).
Ainda, durante a palestra, ela traçou um paralelo entre o início da internet comercial, por volta da década de 1990, em que as companhias não entendiam os motivos de precisarem de um site, mas sabiam que era importante. “Vocês já falam de IA com seus líderes há anos, e eu sei disso, mas eles ainda não compreenderam o potencial", disse.
Principais tendências
A CEO da Future Today explica que atualmente, a sociedade está no início de um superciclo econômico (um período longo de crescente demanda, que eleva preços e ativos de forma sem precedentes).
Desta vez, em vez do superciclo ter uma única tecnologia como foco, como foi aconteceu no passo, está em três áreas, que estão interligadas: inteligência artificial, biotecnologia e sensores (ou seja, itens de tecnologia que podem ser usados, entre outras coisas relacionadas à Internet das Coisas).
Dentro dessas três áreas, há as previsões mais prevalentes:
- Desenvolvimento de assistência persistente autônoma, com uso de RAG (Retrieval-Augmented Generation) nos assistentes pessoais;
- Softwares corporativos sob demanda com uso de IA, desenvolvido pelos próprios usuários;
- Sensores/wearables que conseguem aprender e interpretar dados em tempo real.
"No Brasil, parece que está tudo muito distante, mas agora com o superciclo, até as indústrias mais tradicionais estão sendo impactadas", disse.
Ela também acredita que todas as pessoas, de todas as gerações existentes, estão passando por essa transição tecnológica e os chama de "Gen T".