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Análise de luz e magnetismo: entenda 1ª missão lunar da Coreia do Sul

Lançamento da missão lunar será nesta quinta-feira (4); país enviará orbitador composto por câmera de alta sensibilidade paga pela Nasa

4 ago 2022 - 17h40
(atualizado às 17h44)
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Simulação do Korea Pathfinder Lunar Orbiter, equipamento que Coreia do Sul enviará à Lua
Simulação do Korea Pathfinder Lunar Orbiter, equipamento que Coreia do Sul enviará à Lua
Foto: Korea Aerospace Research Institute (KARI)

Depois de alguns adiamentos, a Coreia do Sul lança sua primeira missão espacial lunar nesta quiunta-feira (4). O foguete Falcon 9, da SpaceX, transportará o Orbitador Lunar Desbravador da Coreia (KPLO, em inglês), conhecido também como “Danuri” – que significa “Aproveite a Lua”.

O lançamento ocorrerá na Base da Força Aérea do Cabo Canaveral, na Flórida (EUA), às 20h03 no horário de Brasília. A missão precisou ser adiada em relação à sua primeira data marcada, que era para o dia 28 de julho, pela necessidade de mais uma manutenção nos foguetes da SpaceX.

Após o lançamento do foguete Falcon 9, o KPLO deve se soltar, e então o Instituto de Pesquisas Aeroespaciais da Coreia (KARI) assumirá o seu controle. O orbitador tem 678 kg e deve começar a circular a Lua em dezembro, ficando lá por um ano.

O objetivo é medir a força magnética acima da superfície da Lua e avaliar recursos lunares como gelo de água, urânio, hélio-3, silício e alumínio. Também espera-se que o aparelho possa criar um mapa topográfico para ajudar a escolher futuros locais de pouso lunar.

A missão é vista como o primeiro passo para a agenda espacial da Coreia do Sul, que deseja viabilizar um pouso lunar robótico na Lua até 2030, assim como uma missão de coleta de amostras de asteroides. 

O que o Danuri vai carregar até a Lua?

O KPLO carregará seis instrumentos, e cinco deles foram desenvolvidos por universidades coreanas e organizações de pesquisa, como o próprio KARI; o outro instrumento é da NASA. Entre eles há uma Câmera Polamétrica Grande Angular (PolCam); um “magnetômetro” para analisar regiões magnéticas da Lua; um espectrômetro de raios gama para medir as propriedades da luz do local; e uma câmera de alta sensibilidade financiada pela Nasa chamada ShadowCam.

A PolCam se destaca por ser a primeira câmera em órbita lunar capaz de mapear a textura da superfície da Lua. Ela fará isso usando “luz polarizada”. Os polarizadores são objetos que na Terra, por exemplo, ajudam a estudar vegetação, mas nunca foram enviados para estudar a Lua, de acordo com a revista Nature.

“Ao capturar como a luz reflete fora da superfície lunar, a PolCam será capaz de revelar características como a densidade de grãos de poeira e rocha. Isso pode ajudar pesquisadores a estudarem objetos incomuns”, afirmou Eunhyeuk Kim, cientista da missão, para a Nature.

Serão seis instrumentos levados pelo "Danuri" para estudar a Lua.
Serão seis instrumentos levados pelo "Danuri" para estudar a Lua.
Foto: Korea Aerospace Research Institute (KARI)

Já a ShadowCam poderá captar imagens de regiões sombreadas da Lua, as chamadas PSRs. A câmera é produzida com base na Camera de Ângulo Estreito (NAC), da Nasa, que vem produzindo imagens há mais de 13 anos; a diferença é que a ShadowCam é bem mais sensível. Ela pretende voar cerca de 100 km acima da superfície da Lua durante toda a missão, e ajudará também a procurar “gelo de água” em crateras polares.

Ainda que essas regiões sombreadas sejam iluminadas apenas indiretamente, ou seja, por meio de uma “iluminação secundária”, a ShadowCam é 200 vezes mais sensível que a NAC e deve ser capaz de enxergá-las. Além de água, o equipamento poderá identificar riscos e ajudar os planejadores de missões a traçarem caminhadas na região.

Expectativa da missão lunar da Coreia do Sul é alta

Toda a comunidade científica está muito ansiosa pelo lançamento do “Danuri, pois além de apresentar um momento de estudos revolucionários, levou mais de seis anos para ser construído e custou cerca de US$ 180 milhões (R$ 939 milhões). Os pesquisadores coreanos esperam que essa missão abra as portas para o tão esperado pouso na Lua até 2030 e outras missões de exploração planetária.

Outra expectativa é a de descobrir o mistério sobre o magnetismo da Lua com o magnetômetro. A superfície do satélite tem regiões identificadas como altamente magnéticas. Uma explicação para isso seria a de que, por centenas de milhões de anos, o núcleo da Lua teria gerado um campo magnético quase tão poderoso quanto o da Terra, através de um processo conhecido como “dínamo”.

O problema é que o núcleo da Lua é muito menor e mais distante da superfície que o da Terra> O mistério então é: como um núcleo tão pequeno alimentou um dínamo tão intenso por tanto tempo? Esse será um dos questionamentos que o Danuri tentará solucionar.

Fonte: Redação Byte
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