Anéis de Saturno estão sumindo, e James Webb pode resolver mistério
Cientistas estão se preparando para estudar o fenômeno da "chuva nos anéis"; uma piscina olímpica de água chove no gigante do gás todo dia
Os anéis de Saturno estão desaparecendo. A informação pode assustar, mas não há motivo para alarde, já que, como na maioria dos eventos espaciais, o ritmo do processo está longe de afetar o cotidiano de terráqueos. Tudo só deve sumir daqui a centenas de milhares de anos.
Mesmo assim, o fenômeno intriga cientistas. Desde a década de 1980, eles sabem que os anéis gelados mais internos do planeta estão constantemente se desintegrando em sua atmosfera superior e que, graças à erosão, uma piscina olímpica de água chove no gigante do gás diariamente. No entanto, a rapidez com que o sistema de anéis está encolhendo continua sendo uma questão em aberto.
Para estimar melhor o tempo de vida dos anéis de Saturno, o Telescópio Espacial James Webb (JWST), da Nasa, e o Observatório Keck, no Havaí, irão monitorar a "chuva nos anéis" durante sete anos. Com esses dados, astrônomos esperam diminuir e tornar mais preciso o intervalo estimado para a duração dos anéis, que vai de de 100 mihões a 1,1 bilhão de anos.
"No momento, temos apenas uma estimativa muito ampla", disse James O'Donoghue, cientista planetário da Agência de Exploração Aeroespacial do Japão, que liderará o novo esforço para definir quanto tempo durarão os anéis de Saturno, ao portal Space.
De acordo com a pesquisa atual, as rochas espaciais e a radiação do sol perturbam as partículas do anel e dão a elas uma carga elétrica, fazendo com que elas se liguem à linha de campo magnético do gigante gasoso.
A gravidade de Saturno acaba atraindo as partículas de gelo, que são guiadas pelos campos magnéticos para fluir para a atmosfera superior do planeta.
Cientistas estão focando no fato de que, ao girar em torno do sol em sua órbita de 29,5 anos, Saturno se aproxima e se afasta do Sol, e seus anéis fazem o mesmo.
Esse movimento determina o quanto a radiação do sol afeta as camadas mais internas do sistema de anéis e, portanto, quanto material está caindo em Saturno.
A suspeita é que, quando os anéis estiverem próximos ao sol, a chuva nos anéis diminuirá.
"O instrumento no Keck que usamos para isso antes foi atualizado e nunca usamos o JWST para isso antes", disse o astrônomo.
"Portanto, seremos capazes de estimar o influxo do anel melhor do que nunca".