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Antidepressivos ajudam com emoções ruins, mas podem espantar as boas, segundo a ciência

Cientistas testaram o efeito de remédios contra a depressão em indivíduos saudáveis; resultados mostram piora em sensibilidade

23 jan 2023 - 13h45
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Antidepressivos podem deixar as emoções "achatadas"
Antidepressivos podem deixar as emoções "achatadas"
Foto: Sage Friedman / Unsplash

Queixas de emoções "perdidas" estão entre as mais comuns em tratamentos que envolvem o uso de antidepressivos. Alguns doentes relatam que, ao tomar remédios contra a depressão, os sentimentos profundamente ruins vão embora, mas, com eles, também vão os picos de sentimentos bons, e a vida se torna um pouco "achatada". Mas por quê?

É o que tentam responder alguns cientistas em um artigo publicado nesta segunda-feira (23) na revista Nature. No experimento, os pesquisadores focaram em uma classe de antidepressivos chamada de " inibidores seletivos da recaptação da serotonina", ou "ISRSs".

escitalopram, ISRSs popular nos consultórios de psiquiaria, foi testado em um grupo de 66 pessoas sem depressão. A ideia era averiguar se o uso do remédio poderia causar alguma alteração em tarefas envolvendo memória e aprendizado em indivíduos saudáveis.

Dos 66 voluntários, 33 receberam a droga, enquanto os outros 33 receberam um placebo. Em seguida, os participantes realizaram testes ao longo de três semanas que funcionavam com um esquema de acerto e recompensa: eles tinham que escolher entre dois estímulos, sendo que um deles levava a um prêmio com mais frequência do que o outro. 

Os pesquisadores ficavam alternando o estímulo que dava a melhor gratificação para, a partir disso, analisar quais participantes estavam mais ligados e davam preferência à opção mais vantajosa de cada vez. 

O resultado foi claro: participantes que tomaram o antidepressivo foram 23% menos abalados pela troca de estímulos do que aqueles que tomaram o placebo; em outras palavras, quem estava tomando o medicamento se tornou menos sensível a experiências prazerosas e recompensadoras do que quem não tomou nada.

A explicação completa sobre a interferência do composto químico no comportamento dos pacientes ainda será construída por meio de pesquisas posteriores. Os testes mostraram que o medicamento não reduziu as habilidades cognitivas dos participantes de outras maneiras. 

Por ora, afirmam os pesquisadores, fica o conhecimento de mais um marcador dos efeitos colaterais de remédios que combatem a depressão.

“Espero que isso não torne os médicos mais cautelosos ao prescrever antidepressivos, pois são medicamentos extremamente importantes, mas significa que os os médicos deve discutir com os pacientes sobre possíveis efeitos colaterais”, disse Barbara Sahakian cientista da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, envolvida na pesquisa. 

Fonte: Redação Byte
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