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Anúncios pagos contra a democracia são aprovados para publicação em redes sociais

A pesquisa solicitou a publicação de anúncios do tipo entre agosto de 2022 até o fim de janeiro de 2023

6 fev 2023 - 10h54
(atualizado às 11h16)
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Ferramenta de criação de anúncios no Facebook
Ferramenta de criação de anúncios no Facebook
Foto: Reprodução/TV Globo

Anúncios pagos que propagam mensagens antidemocráticas, questionam a integridade das urnas eletrônicas e que pregam a violência política estão ganhando passe livre para serem publicados nas redes sociais. Isso foi o que mostrou um estudo feito pela organização internacional Global Witness em parceria com pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e que foi divulgado em reportagem no programa Fantástico

A pesquisa solicitou a publicação de anúncios do tipo entre agosto de 2022 até o fim de janeiro de 2023. No teste mais recente, logo após os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, foram submetidos 16 anúncios para análise nas redes sociais. O Youtube, do grupo Google, reprovou todos, mas o Facebook, do grupo Meta, aprovou a publicação de 14.

Em testes anteriores, no período pré-eleitoral, ambas as redes sociais já tinham chegado a aprovar 100% das publicações submetidas pelos pesquisadores. O anúncio é uma publicação impulsionada, ou seja, tem uma capacidade de atingir um número muito maior de usuários do que uma publicação comum.

A pesquisadora Rose Marie, da UFRJ, diz que o questionamento do resultados das eleições é uma tática frequente da extrema-direita. "Ela faz uma campanha permanente, de anos, questionando, colocando a população com dúvidas sobre de fato se esse processo eleitoral é lícito, porque aí se o resultado da eleição convém, fica por isso mesmo, mas se não convém eles começam a acionar essa campanha a que as pessoas já estavam expostas há muitos anos", afirmou em entrevista ao Fantástico. 

A autorização para que esses anúncios sejam veiculados vai de encontro ao discurso adotado pelas plataformas nos últimos anos, que se comprometeram a combater a desinformação. Além disso, vai contra a própria lei eleitoral brasileira, que proíbe o compartilhamento de informações falsas sobre o processo das eleições. 

Por meio de nota, a Meta - dona do Facebook e do Instagram - disse que o experimento feito pela Global Witness é apenas "uma pequena amostra" e que não representa o trabalho feito dentro da plataforma, que já removeu centenas de milhares de conteúdos no Brasil. 

O Youtube disse que proíbe anúncios prejudiciais à confiança no processo eleitoral e que age imediatamente quando identifica anúncios com conteúdos sensíveis como as invasões de 8 de janeiro.

Fonte: Redação Terra
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