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Apagão global de tecnologia afeta voos, bancos e serviço de emergência; o que se sabe até agora

Voos não estão decolando em alguns países. Também houve problemas com televisões, linhas de trem e bolsas de valores.

19 jul 2024 - 04h53
(atualizado às 14h45)
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Bancos, televisões e companhias aéreas estão sofrendo com um apagão global de tecnologia nesta sexta-feira (19/7).

Há relatos de diversas operações suspensas em diferentes partes do mundo.

Voos no aeroporto de Sydney, na Austrália, não puderam decolar. As companhias americanas Delta e United Airlines também suspenderam todos os seus voos.

No Reino Unido, houve um apagão na bolsa de valores de Londres, linhas de trem também estão suspensas e diversos aeroportos estão relatando atrasos.

O canal de televisão Sky News está fora do ar. O canal infantil e adolescente da BBC, CBBC, também ficou fora do ar.

A American Airlines disse à BBC que nenhum voo está autorizado a decolar e que está em contato com todos os voos que estão no ar
A American Airlines disse à BBC que nenhum voo está autorizado a decolar e que está em contato com todos os voos que estão no ar
Foto: Reuters / BBC News Brasil

A autoridade australiana de segurança cibernética disse que o problema é um "apagão técnico de grande escala".

A polícia no Estado americano do Alasca noticiou um apagão nas linhas de telefone de emergência. No Facebook, a polícia disse que "muitos call centers de emergência e de 911 [o número de emergência nos EUA] não estão funcionando devidamente no Estado do Alasca".

O que causou o apagão global?

Durante a crise, relatos do setor sugerem que uma empresa de segurança cibernética chamada Crowdstrike, que produz software antivírus, lançou uma atualização de software que deu errado e está bloqueando dispositivos Windows, segundo a editora de tecnologia da BBC Zoe Kleinman.

Kleinman destaca que ainda não está confirmado se as duas questões estão relacionadas ou "se é uma tempestade perfeita de duas grandes coisas acontecendo simultaneamente".

A BBC procurou a Crowdstrike, mas não havia recebido resposta até a publicação desta reportagem.

A American Airlines, que é a maior companhia do mundo em número de passageiros, disse à BBC na manhã desta sexta-feira que nenhum voo está autorizado a decolar e que está em contato com todos os voos que estão atualmente no ar.

A companhia afirmou que os problemas de TI se devem a um "problema técnico com o Crowdstrike que está afetando várias operadoras" e que está trabalhando com a empresa de segurança de TI para resolver o problema o mais rápido possível.

Mensagem no canal Sky News, no Reino Unido, avisa que transmissão foi interormpida
Mensagem no canal Sky News, no Reino Unido, avisa que transmissão foi interormpida
Foto: PA / BBC News Brasil

Aeroportos

O aeroporto Schiphol, de Amsterdã, avisou que o problema técnico está provocando atrasos, mas não detalhou quantos voos foram afetados.

Em Sydney, os painéis que mostram os horários dos voos apagaram. Uma companhia aérea, a Jetstar, anunciou que não poderia fazer o check-in dos passageiros.

Em um aviso público, o aeroporto culpou a empresa Microsoft pelos problemas técnicos.

A Microsoft disse que está "migrando suas operações" por conta de problemas com seus serviços, segundo a agência de notícias AFP.

A empresa disse que os problemas começaram às 18h da costa leste dos EUA de quinta-feira (19h no horário de Brasília).

A empresa está investigando problemas com seus serviços de nuvens nos EUA — que estaria afetando diversos aplicativos e serviços.

Na Alemanha, a companhia aérea Eurowing informou que seu sistema de check-in não estava funcionando. O maior aeroporto da Suiça, em Zurique, disse que aviões não estão sendo autorizados a pousar lá.

A companhia aérea Virgin Australia chegou a anunciar que todos os seus aviões ficariam no solo — "nenhum voo está entrando ou saindo".

Um tempo depois, no entanto, houve uma retomada em alguns passageiros da Virgin Australia voltaram a ser embarcados.

Um aviso em frente a uma loja alerta para o fechamento temporário devido a problemas de tecnologia em Canberra, na Austrália
Um aviso em frente a uma loja alerta para o fechamento temporário devido a problemas de tecnologia em Canberra, na Austrália
Foto: Reuters / BBC News Brasil

O aeroporto de Berlim publicou no X, antigo Twitter, que está com atrasos em check-ins por conta de um problema técnico. Na Espanha, também houve relatos de atrasos.

"Estamos trabalhando para resolver tudo o mais rápido possível. Enquanto isso, operações estão continuando com sistemas manuais", disse a operadora dos aeroportos espanhóis.

Nos Estados Unidos, as companhias United, Delta e American Airlines também decidiram interromper todos seus voos. Os aviões que estão no ar seguirão seus cursos normalmente, mas nenhum outro voo está partindo.

As telecomunicações também estão sendo afetadas. O grupo Telstra, da Austrália, disse que está enfrentando problemas globais com CrowdStrike e Microsoft, que estão afetando seus sistemas.

No Reino Unido, a televisão Sky News ficou fora do ar. A bolsa de Valores de Londres também chegou a ser afetada, mas está funcionando normalmente nas operações de compra e venda.

"O sistema de notícias RNS [regulatory news service, em inglês] está enfrentando problemas globais com um parceiro terceirizado, impedindo que notícias sejam publicadas em www.londonstockexchange.com. Equipes técnicas estão trabalhando para restaurar o serviço. Outros serviços no grupo, incluindo a bolsa de Valores de Londres, seguem operando normalmente", afirma um comunicado do grupo.

No Brasil, até a publicação desta reportagem, não havia relatos de problemas relacionados ao apagão global. O Grupo LATAM informou que a operação funcionou normalmente e que não foi afetada pela falha. A LATAM reiterou o compromisso com a segurança, a integridade e o bem-estar dos passageiros, e reforçou que acompanha de perto a situação. 

Hospitais e postos de saúde

O apagão também afetou hospitais e clínicas pela Europa.

No Reino Unido, vários postos de saúde só estão atendendo casos urgentes, por causa da dificuldade para acessar registros médicos dos pacientes pelo sistema online.

Também há relatos de dificuldades para agendar consultas.

Na Alemanha, dois hospitais no norte do país, nas cidades de Luebeck e Kiel, cancelaram cirurgias eletivas marcadas para sexta (19/07).

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