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Aplicativo permite controle do Google Glass "com a mente"

O aparelho é controlado por EEG que faz um registro gráfico das correntes elétricas desenvolvidas no encéfalo, através de eletrodos aplicados no couro cabeludo

11 jul 2014 - 13h47
(atualizado às 14h33)
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O Google já se pronunciou deixando claro que não apoia o aplicativo
O Google já se pronunciou deixando claro que não apoia o aplicativo
Foto: This Place / Divulgação

Uma start-up baseada em Londres desenvolveu um software capaz de hackear o Google Glass, fazendo com que os óculos sejam controlados por ondas cerebrais.

Ao combinar os óculos inteligentes a um aparelho de eletroencefalografia (EEG) - que faz um registro gráfico das correntes elétricas desenvolvidas no encéfalo, através de eletrodos aplicados no couro cabeludo -, o software torna possível tirar uma foto sem mover um músculo.

A start-up This Place disse que a tecnologia pode ser utilizada em situções em que o usuário sofre muita pressão e precisa ter as mãos livres, como um médico durante uma cirurgia. Eles lançaram o software MindRDR de graça, na esperança de outros programadores adaptarem o software para outras utilidades. O Google já se pronunciou deixando claro que não apoia o aplicativo.

"O Google Glass não pode ler sua mente", disse um porta-voz da empresa à BBC. "Esse aplicativo parece funcionar através de uma peça separada que você anexa aos óculos. "Nós não examinamos nem aprovamos o aplicativo, e por isso não estará disponível na loja de aplicativos do Google Glass."

O porta-voz acrescentou que "é claro, estamos sempre interessados em saber sobre novos aplicativos do Glass e nós já vimos ótimas pesquisas em diversos campos da medicina, de cirugia ao mal de Parkinson".

Movida a concentração

Um aparelho de EEG pode ser usado para medir quando certas partes do cérebro mostram um alto nível de atividade. Nesse caso, o software MindRDR monitora quando o usuário entra em um alto nível de concentração.

Através da "tela" do Google Glass - uma pequena janela que aparece no canto do olho direito do usuário - uma linha branca horizontal aparace. Enquanto o usuário se concentra, a linha branca sobe na tela. Uma vez que ela chega ao topo, uma foto é tirada usando a câmera imbutida nos óculos. Repetindo esse processo, a imagem é postada em um perfil de mídia social previamente programado.

<p>"Nós queríamos constatar o verdadeiro potencial do Glass ao permitir que usuários o controlassem usando a mente", disse Dusan Hamlin, CEO do This Place</p>
"Nós queríamos constatar o verdadeiro potencial do Glass ao permitir que usuários o controlassem usando a mente", disse Dusan Hamlin, CEO do This Place
Foto: This Place / Divulgação

Atualmente, o Google Glass é controlado ou por comando de voz -"OK Glass, take a picutre" (OK Glass, tire uma foto) - ou através do toque na parte lateral do aparelho.

"Nós queríamos constatar o verdadeiro potencial do Glass ao permitir que usuários o controlassem usando a mente", disse Dusan Hamlin, chefe executivo do This Place. "Atualmente usuários ou precisam tocar nos óculos ou usar comandos de voz, que são um impedimento em a algumas situações sociais e a pessoas com deficiências."

'Ponto não explorado'

A diretora de criação da empresa, Chloe Kirton, disse que "apesar da capacidade do MindRDR ainda ser limitada a tirar e compartilhar uma foto, as possibilidades do Google Glass são enormes".

A tecnologia EEG é uma área em crescimento. No passado, o equipamento era extremamente caro, mas muitos com a tecnologia estão disponíveis por menos de 100 libras (cerca de R$ 379).

Mick Donegan é o fundador da Special Effect, uma instituição de caridade que adapta controladores de jogos para que eles possam ser usados por pessoas com mobilidade limitada. Ele disse à BBC que houve no passado debates sobre a confiabilidade dos aparelhos EEG, mas que ele estava animado com as possibilidades que o "hackeamento" do Google Glass criou.

"Significará que alguém que atualmente não tem nenhum tipo de controle motor, que nem consegue controlar o movimento dos olhos, poderá usar o sistema. Para mim, esse é o auge, o ponto ainda não explorado", disse. Ele acrescentou que os programadores terão que criar interfaces intuitivas.

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