Apple armazenará dados de usuários em servidores na China
A companhia americana atribuiu a decisão a um esforço para melhorar a velocidade e a confiabilidade de seu serviço iCloud
A Apple começou a armazenar os dados pessoais de alguns usuários chineses na China continental, marcando a primeira vez que a gigante de tecnologia armazena dados de usuários em território chinês.
Os dados serão mantidos em servidores fornecidos pela China Telecom, a terceira maior operadora de telefonia móvel do país, disse a Apple em um comunicado nesta sexta-feira. A companhia americana atribuiu a decisão a um esforço para melhorar a velocidade e a confiabilidade de seu serviço iCloud, que permite que usuários armazenem fotos, emails e outros dados.
Ela também coincide com a tentativa da Apple de apoiar seu iTunes Store na China, onde downloads locais de áudio e vídeo têm crescido de maneira constante. "A Apple leva a segurança e a privacidade de usuários muito a sério", afirmou a companhia em anúncio à imprensa.
"Acrescentamos a China Telecom à nossa lista de provedores de centros de dados para aumentar a largura de banda e melhorar nosso desempenho para nossos consumidores na China continental. Todos os dados armazenados com nossos provedores são criptografados. A China Telecom não tem acesso ao conteúdo (dos dados)", disse o anúncio.
Criptografia e 'ceticismo chinês'
A Apple confirmou ter desenvolvido sistemas de criptografia para serviços como o iMessage que até a própria companhia não pode quebrar. Alguns especialistas, no entanto, se mostraram céticos de que a Apple conseguirá reter dados de usuários no caso de uma solicitação do governo.
"Se estão querendo dizer que os dados estão protegidos e seguros isso é um pouco malicioso, pois se querem operar um negócio aqui, terão que atender as demandas das autoridades", disse Jeremy Goldkorn, diretor da Danwei, uma empresa de pesquisa focada em consumidores, internet e mídia na China.
Goldkorn acrescentou que os dados armazenados nos Estados Unidos estão sujeitos a regulações similares dos EUA, onde o governo pode usar ordens judiciais para exigir dados privados.
Um porta-voz da China Telecom não quis comentar.