Apple compra briga com homem que ensina a consertar iPhones na web
Para custear os advogados, engenheiro colombiano criou um serviço de produção de capas para iPhone personalizadas
Após cinco anos divulgando nas redes sociais vídeos de consertos de iPhones, iPads e iMacs, o engenheiro colombiano Wilmer Becerra foi notificado extrajudicialmente pela Apple. Em julho deste ano, a empresa pediu que o engenheiro não exiba mais o famoso logo da maça, sob o risco de judicialização.
Becerra utiliza a plataforma online Wiltech, que ensina reparos desde o nível básico, como substituição de peças, até um nível avançado, como restaurar equipamentos que não ligam por problemas eletrônicos.
A plataforma abrange nove países: Argentina; Bolívia; Chile; Colômbia; Equador; Guatemala; México; Peru e Panamá.
Com a popularidade dos vídeos, o engenheiro acumulou mais de 12 milhões de seguidores no TikTok, Facebook, Instagram e na Wiltech. Em entrevista à Folha, ele disse que ainda não trouxe o negócio ao Brasil por barreiras do idioma.
Ele explicou também que respondeu à Apple com uma defesa do direito ao reparo. E seus vídeos, o homem defende que prolongar a vida útil dos aparelhos é mais eficiente em sustentabilidade do que o método de reciclagem da Apple, que compra os aparelhos antigos dos clientes para produzir novas peças.
Para se preparar para uma possível ofensiva judicial da Apple, Wilcer Becerra chegou a montar um serviço de produção de capas para iPhone personalizadas, que custearia os advogados.
Segundo a Folha, a Apple mandou, então, um segundo comunicado, no qual afirmou que não promoveria nenhuma medida, desde que Wilmer deixasse de exibir o logo da empresa em seus vídeos. Também convidou Becerra para ter uma assistência técnica autorizada.
Em entrevista à reportagem, o engenheiro afirmou que não pretende aceitar a proposta, porque uma das diretrizes da Apple para parceiros autorizados é não fazer reparos de peças com defeito e sim trocá-las, o que limita o serviço.