Apple e Google atualização plataforma de monitoramento de usuários antes de lançamento
Apple e Google atualizaram nesta sexta-feira detalhes técnicos do sistema de monitoramento de usuários de seus dispositivos móveis que planejam lançar em maio e afirmaram que os novos recursos dão às autoridades dados mais detalhados, embora tenham afirmado que também fortaleceram proteções de privacidade.
O sistema anunciado em 10 de abril vai usar a tecnologia Bluetooth para que autoridades criem aplicativos que alertem as pessoas que estiveram próximas de quem testou positivo para o novo coronavírus.
As empresas dizem que a tecnologia que desenvolveram não usa dados de localização por satélite (GPS) e que armazena os dados sensíveis dos usuários de forma descentralizada. Governo europeus estão planejando sistemas que armazenarão os dados em servidores centralizados.
Sem o sistema desenvolvido por Apple e Google, os aplicativos criados por governos enfrentarão limitações como a necessidade de que a tela do aparelho seja desbloqueada para que a vigilância sobre o usuário funcione corretamente.
Segundo as companhias, os números que identificam os usuários serão gerados aleatoriamente e metadados como a intensidade do sinal Bluetooth e modelo do aparelho do usuário vigiado serão codificados junto com as informações das pessoas das quais ele se aproximou.
"Tempo de exposição", como as empresas estão chamando o tempo de monitoramento que identificou a duração da proximidade de dois aparelhos, será arredondado para intervalos de 5 minutos, para impedir, segundo as duas companhias, a equiparação dos aparelhos às pessoas.
Especialistas temiam que o sistema que o Bluetooth poderia gerar falsos alertas, uma vez que os sinais de rádio emitidos podem transpassar paredes e podem ser captados mesmo que momentaneamente, o que poderia comprometer a qualidade dos dados de vigilância recolhidos em prédios de apartamentos, por exemplo.
Apple e Google disseram que agora o sistema vai indicar dados sobre os níveis de sinais Bluetooth para melhor estimar quão perto dois celulares ficaram próximos e por quanto tempo, permitindo às autoridades definirem seus próprios limites sobre quando os alertas são enviados às pessoas.
As empresas também disseram que a plataforma vai fornecer dados sobre quantos dias se passaram desde o último contato com uma pessoa monitorada.