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Aranha-violinista é perigosa? Conheça a espécie que matou jovem na Itália

Jovem de 23 anos morreu após ser picado por essa espécie enquanto trabalhava no campo

20 ago 2024 - 13h07
(atualizado às 14h58)
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Aranha-marrom ou aranha violinista - É pequena, com 4 cm, e fica escondida em cascas de árvores e folhas secas. Sua picada provoca necrose. A pessoa tem febre, inchaço e pode sofrer problemas graves nos rins.
Aranha-marrom ou aranha violinista - É pequena, com 4 cm, e fica escondida em cascas de árvores e folhas secas. Sua picada provoca necrose. A pessoa tem febre, inchaço e pode sofrer problemas graves nos rins.
Foto: Philipe de Liz Pereira wikimedia commons / Flipar

Um jovem de 23 anos morreu em Bari, Puglia, na Itália, após ser picado por uma aranha-violinista. O incidente ocorreu em 13 de julho deste ano, mas as informações foram confirmadas pela ANSA, agência de notícias italiana, no último sábado (17). De acordo com a agência, este é o segundo incidente fatal, envolvendo picada desta espécie, que acontece no país só neste verão italiano.

Segundo boletim médico, Giuseppe Russo foi picado na perna direita enquanto trabalhava no campo.

O jovem morreu devido a um choque séptico e a falência geral dos órgãos vitais. A morte ocorreu mais de um mês após ele ter sido picado. Em julho, Franco Aiello, um policial de 52 anos, também não resistiu à picada de uma aranha da mesma espécie.

Conhecida cientificamente como Loxosceles sp., a aranha violinista é pequena, de coloração marrom a marrom-acinzentada. Seu nome se deve ao fato de ter uma mancha característica em formato de violino na parte superior do seu corpo, próximo à cabeça.

O que é a Aranha Violinista?

Conhecida por seu veneno que pode causar lesões graves na pele, como necrose, a picada da aranha violinista pode ser indolor no início. No entanto, os sintomas podem se desenvolver horas depois, levando a úlceras e, em casos mais graves, a danos extensos aos tecidos.

Ela costuma ser mais ativa à noite e frequentemente se abriga em locais escuros, quentes e secos, como atrás de móveis, nos cantos das paredes ou dentro de roupas e sapatos. Sua teia, geralmente, tem formato irregular. 

Nativa dos Estados Unidos, a aranha-marrom pode ser encontrada em diversas regiões do mundo, incluindo o Brasil. Por isso, é essencial tomar cuidados, como verificar roupas e calçados antes de usá-los, para prevenir picadas.

O aracnídeo tem tamanho relativamente pequeno, mede geralmente entre 6 e 20 mm de comprimento, sendo raro encontrar exemplares maiores.

Características marcantes incluem suas pernas finas e a famosa mancha em formato de violino localizada no cefalotórax, uma das principais identificações da espécie.

A Aranha Violinista é perigosa?

As picadas de aranhas-violinistas podem provocar lesões significativas na pele, com potencial para desenvolvimento de necrose, ou seja, isso torna, sim, a espécie é considerada perigosa. Mas, apesar da gravidade das picadas, reações severas são relativamente raras.

Segundo a Universidade Estadual da Pensilvânia, cerca de 90% das picadas não apresentam reações graves, resultando apenas em uma pequena pápula vermelha que tende a cicatrizar sozinha.

Quando ocorrem lesões necróticas, elas podem levar até duas semanas para se desenvolver completamente. A área afetada pode ficar preta, seca e descamar com o tempo. O processo de cicatrização total pode variar de dois a quatro meses, disse o estudo. 

Segundo a pesquisa, a necrose da pele é mais frequente em indivíduos com obesidade devido ao maior comprometimento do tecido adiposo com circulação sanguínea inadequada.

"Embora menos de 1% das picadas resultem em complicações graves como anemia hemolítica ou lesão renal aguda, essas condições são mais comuns em crianças e podem representar um risco de vida, especialmente entre 12 e 36 horas após a picada, tornando-as uma emergência médica, ressalta a pesquisa.

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O que fazer se for picado por uma Aranha Violinista 

Estudo da Universidade Estadual da Pensilvânia indica que, apesar das aranhas violinistas serem comuns em sua área nativa, as picadas são relativamente raras. Esses incidentes geralmente ocorrem quando a aranha se sente ameaçada e é pressionada contra a pele humana, por exemplo, ao calçar um sapato ou ao se deitar na cama. 

Um artigo publicado pelo Instituto Butantan destaca que, ao ser picado por uma aranha, o indivíduo deve passar por uma avaliação médica para indicar o melhor tratamento, que poderá incluir: 

  • Compressa morna;
  • Analgésico;
  • Administração do soro antiaracnídico, indicado para neutralizar a ação dos venenos da aranha-armadeira e da aranha-marrom.

"Compressas mornas na região ajudam a aliviar o quadro até a chegada a um serviço de saúde, onde será avaliada a necessidade ou não de aplicação de soro. Não é recomendável colocar gelo no local", alerta o Butantan.

Assim como nos acidentes por escorpiões e serpentes, não é recomendado o uso de pomadas no local, pois elas podem alterar a cor da pele, além de serem ineficazes para impedir a penetração do veneno. 

Porém, para evitar o acidente, a instituição recomenda manter jardins e quintais limpos, evitar folhagens densas junto a paredes e muros das casas e manter a grama aparada.

Além disso, o Butantan também recomenda usar calçados e luvas grossas nas atividades de jardinagem, vedar ralos, frestas, buracos e soleiras de portas e janelas.

"Preservar os predadores naturais: coruja, joão-bobo, lagartos, sapos, galinhas, gansos e quatis", destaca o instituto. 

Tem Aranha Violinista no Brasil?

Como citado, essa espécie também é encontrada no Brasil, inclusive, o país possui diversas espécies de aranhas do gênero Loxosceles.

Elas são classificadas pelo Ministério da Saúde como um dos três tipos considerados de importância em saúde pública, assim como as espécies Phoneutria e Latrodectus.

Segundo a pasta, os acidentes relacionados às aranhas Loxosceles no Brasil ocorrem com maior frequência nos meses de outubro a março. E inclui um dado importante: a região Sul é responsável por cerca de 80% das notificações de acidentes loxoscélicos no Brasil.

Dados do DATASUS revelam que foram registrados 8.748 acidentes causados por aranhas Loxosceles no país em 2023, sendo 6.460 nos estados do Sul do Brasil. 

Aranhas peçonhentas no Brasil

Segundo a médica do Hospital Vital Brazil (HVB), vinculado ao Instituto Butantan, Ceila Malaque, os três gêneros de aranhas mais relacionados com complicações graves após a picada, no Brasil, são:

  • Aranhas do gênero Phoneutria, podendo ser chamadas de aranha-armadeira, aranha-macaco ou aranha-de-bananeira;
  • Aranhas do gênero Loxosceles, o que inclui a aranha-marrom ou aranha-violino;
  • As aranhas do gênero Latrodectus, chamada popularmente de viúva-negra ou flamenguinha.

Dos três gêneros de aranhas, apenas as espécies que pertencem ao Loxosceles não são classificadas como agressivas, segundo o Ministério da Saúde. Isso significa que o risco de uma pessoa ser picada só ocorre, por exemplo, quando o aracnídeo é pressionado contra o corpo da vítima.

Fonte: Redação Terra
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