"Arca de Noé das plantas" já reuniu mais de 40 mil espécies
Dentro das instalações estão 98.567 coleções de sementes provenientes de 190 países e territórios
Cientistas criaram um programa de conservação de sementes que promete ser uma "Arca de Noé" das plantas. Liderado pelo Royal Botanic Gardens, de Kew, no Reino Unido, a ideia é preservar espécies ameaçadas e importantes.
A novidade mantém 2,4 bilhões de sementes individuais desde 1º de março, representando um total de 40.020 espécies diferentes de plantas silvestres.
O chamado Banco de Sementes do Milênio (MSB, na sigla em inglês) é a maior instalação de armazenamento de sementes selvagens do mundo, situada no coração do "laboratório vivo" de Kew e no jardim botânico selvagem Wakehurst, na zona rural de Sussex.
A estrutura é um edifício à prova de bombas e inundações para garantir a preservação das 98.567 coleções de sementes provenientes de 190 países e territórios, em todos os sete continentes, nove regiões biogeográficas e 36 hotspots (áreas naturais) de biodiversidade.
A "Arca de Noé" detém o título do Guinness World Records de "maior banco de sementes" do mundo.
Baobá ameaçado na "arca de Noé das plantas"
O caminho para armazenar 40 mil espécies individuais tem sido desafiador e a equipe está confiante de que os próximos anos serão igualmente frutíferos.
As sementes chegam ao MSB em várias formas e estados, às vezes ainda ligadas a plantas e frutos. Antes de serem armazenadas, elas são secas em uma sala a 15% de umidade relativa e 15˚C antes do processamento, quando são limpas e radiografadas para detectar sinais de pragas e embriões mal formados.
Entre as espécies estão plantas silvestres de Madagascar, Paquistão e Cáucaso. Estes incluem o baobá criticamente ameaçado Adansonia perrieri, ou baobá de Perrier, e o ameaçado Erythrophleum couminga, uma árvore leguminosa endêmica do Parque Nacional Bare de Ball, na costa oeste de Madagascar.
"Conservar sementes no MSB não é apenas perseguir números, é aumentar a diversidade genética de as coleções e liberar seu potencial para resolver alguns dos maiores desafios que enfrentamos hoje, desde a perda de biodiversidade até a segurança alimentar e as mudanças climáticas", disse Elinor Breman, líder de pesquisa sênior do Banco de Sementes do Milênio, em um comunicado.