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Arqueólogos buscam solução para enigma de mortes durante Idade de Ferro

Cerca de 20 pessoas morreram há 2000 anos, possivelmente por conta de uma ponte que desabou de repente durante a Idade do Ferro

3 jul 2024 - 15h42
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Três crânios e cérebros humanos (em segundo plano) foram encontrados em Cornaux/Les Sauges.
Três crânios e cérebros humanos (em segundo plano) foram encontrados em Cornaux/Les Sauges.
Foto: Laténium/Romain Do

Cientistas da Universidade de Berna, na Suíça, estão investigando uma história misteriosa de 20 pessoas que podem ter se afogado em um rio no país há 2000 anos.

A teoria é que as pessoas, junto com animais de fazenda, foram sacrificados a partir de uma ponte (que desabou depois), mas as evidências científicas estão apontando para um desastre natural.

A pesquisa sobre o assunto foi publicada na revista Scientific Reports. 

Arqueólogos descobriram madeira e ossos próximo às margens do rio Thielle em Cornaux/Les Sauges, no oeste da Suíça, em 1965.

A madeira tinha sido uma ponte, construída por volta de 135 a.C., consertada duas vezes, entre 20 e 30 anos depois, segundo as análises das vigas.

Esses arqueólogos encontraram diversos esqueletos masculinos em posições parecidas, muitas vezes debaixo de vigas. Até então, especialistas acreditavam que os achados estavam alinhados com outros anteriores, frequentemente ligados a rituais de sacrifício da Idade do Ferro.

Porém, outros cientistas acreditavam que as evidências apontavam para uma grande onda ou outra força natural que causou o colapso repentino da ponte.

"Isso é plausível, dado o histórico da região com inundações e tsunamis de lagos, possivelmente desencadeados por terremotos", disse Marco Milella, um dos coautores do estudo, da Universidade de Berna, ao portal NewScientist.

Ao portal, Zita Laffranchi, coautora do estudo, afirmou que as novas mostram que os falecidos foram atingidos por objetos massivos, como pedaços da ponte, ao desabar na água.

Porém, de acordo com a pesquisadora, os achados indicam que as mortes se estenderam por dois séculos. Esse aspecto sozinho deixa mais perguntas do que respostas sobre o que pode ter matado essas pessoas antes do colapso da ponte.

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Análise dos materiais

Como parte dessas investigações, o grupo de estudos analisaram os esqueletos e a madeira, armazenados no Museu Laténium em Hauterive.

Após um sequenciamento de DNA, foi descoberto que nenhuma das pessoas eram parentes. Os mortos eram majoritariamente homens jovens. Segundo a pesquisa, isso colabora com a teoria de sacrifício, pois desastres naturais tendem a afetar uma distribuição mais abrangente de pessoas, em relação a idade, sexo e outros fatores.

Todos os falecidos, incluindo os animais, sofreram traumas violentos. Nenhuma das fraturas, entretanto, pareceu ser intencional, conforme os resultados das análises. 

Porém, com a datação por radiocarbono, os cientistas conseguiram definir que as datas das mortes variam entre os séculos 3 ao 1 a.C. Isso significa que o colapso da ponte não deve ter sido o único responsável, já que nem todos os falecidos morreram no mesmo incidente. 

Fonte: Redação Byte
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