Asteroide que já assustou cientistas em 2004 chegará perto da Terra nesta década, diz Nasa
Chamado de Apophis, o objeto já pôs medo, pois os cálculos indicavam impacto de 60 mil bombas de Hiroshima caso colidisse com nosso planeta
Conhecido como uma das rochas com mais perigo de colisão com a Terra, o asteroide Apophis foi descoberto em 2004 e assustou cientistas porque, no mesmo ano, fez uma passagem próxima da Terra. Porém, a aproximação foi uma oportunidade para que a comunidade científica o estudasse melhor. Hoje, a Nasa afirma que o objeto celeste não irá colidir com o planeta em menos de 100 anos.
Porém, ele ainda vai passar perto de nós, chegando a uma distância de apenas 32 mil km, mais perto do que muitos satélites geoestacionários que rondam a Terra. E não está tão longe disso acontecer: a previsão é que aconteça em abril de 2029, em uma sexta-feira 13. Ele viaja a uma velocidade de 27 mil km por hora, quase o dobro da velocidade de um míssil hipersônico.
Com aproximadamente 340 metros de diâmetro e massa de cerca de 41 milhões de toneladas, o asteroide Apophis teria o impacto de 60 mil bombas de Hiroshima caso batesse no nosso planeta azul. Ele poderia devastar milhares de quilômetros quadrados e causar milhões de mortes. Por isso mesmo, seu nome é o mesmo do deus egípcio do caos e da destruição.
Até 2021, acreditava-se que seria possível ainda haver uma colisão do Apophis com a Terra em 2068, porém outra passagem próxima do asteroide levou a novos estudos que descartaram a hipótese.
"Um impacto de 2068 não está mais no reino da possibilidade, e nossos cálculos não mostram nenhum risco de impacto por pelo menos os próximos 100 anos", concluiu Davide Farnocchia, do Centro de Estudos de Objetos da Terra Próxima (CNEOS), do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), que pertence à Nasa.
Colisão não é única possibilidade
Apesar de não haver chances de colisão, uma pesquisa publicada no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society mostrou outros efeitos possíveis da passagem próxima do asteroide com a Terra. A partir dele, cientistas notaram que a colisão não é a única possibilidade em aproximações assim.
A interação gravitacional poderia levar a alterações no corpo do asteroide ou desintegrações em razão do tamanho da Terra, e até à perda de corpos que o orbitam.