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Aumento da morte precoce em pessoas noturnas tem a ver com álcool e cigarro

Estudos já haviam notado risco aumentado de morte precoce em pessoas noturnas, mas pesquisas mostram que risco está mais ligado a hábitos como álcool e tabaco

16 jun 2023 - 23h07
(atualizado em 17/6/2023 às 18h22)
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Pesquisadores indicam que pessoas noturnas costumam fumar mais cigarro e beber mais álcool, e que esse costume pode resultar em um risco aumentado de morte precoce em relação aos mais diurnos. Para apoiar a conclusão, foi feito um estudo em larga escala, coletando dados de dezenas de milhares de pessoas, na Finlândia.

A conclusão, segundo Jaakko Kaprio (um dos autores do estudo) contou ao site Live Science, pode trazer um pouco mais de tranquilidade a quem prefere a noite — anteriormente, já havia sido notada essa tendência de morte precoce entre os notívagos, mas pensava-se que a associação era mais baseada no cronotipo de cada um. Agora, os fatores ligados ao fenômeno dizem mais respeito ao estilo de vida.

Foto: Wallpaper Flare/Domínio Público / Canaltech

Os estudos anteriores, em particular, não haviam levado em conta o consumo de álcool ou cigarros por parte dos participantes, dificultando a percepção da influência dos costumes no risco aumentado de morte. Publicada no periódico científico Chronobiology International na última sexta-feira (16), a pesquisa estudou mais de 23.000 pessoas que moram na Finlândia para analisar a associação mais a fundo.

Costumes e taxa de mortalidade dos notívagos

Em uma pesquisa realizada em 1981, participantes com uma média de 41 anos fizeram um auto reporte sobre seu consumo de álcool e tabagismo, também informando os pesquisadores se eram "claramente uma pessoa diurna", "uma pessoa diurna até certo ponto", "claramente uma pessoa noturna" ou "uma pessoa noturna até certo ponto".

Até 2018, 37 anos depois, mais de 8.700 dos entrevistados havia morrido, e seus registros de saúde foram analisados pelos cientistas. Os que disseram ser "claramente pessoas noturnas" mostrar ter, estatisticamente, 21% mais chances de morrer de qualquer causa em comparação às "claramente diurnas".

O problema é que a análise inicial selecionou apenas o sexo e idade dos participantes, sem levar em conta outros fatores que poderiam influenciar a saúde. Na nova análise, os cientistas analisaram outras questões, como o Índice de Massa Corporal (IMC), duração do sono auto reportada, nível educacional, taxa de doenças crônicas, consumo de álcool e frequência de tabagismo.

Com esses fatores em mãos, o risco de mortalidade dos bastante noturnos diminuiu para somente 9% em comparação aos bastante diurnos.

Descobriu-se que o fator mais influente no risco aumentado de morte era o consumo de álcool e tabaco, que era maior nos sujeitos noturnos do que nos diurnos. Isso se confirmou quando os cientistas analisaram os dados de pessoas que consumiam quantidades leves de álcool e nunca fumavam, notando que sua taxa de mortalidade não variava entre os noturnos e diurnos.

Indo mais a fundo, os pesquisadores notaram que taxas de morte ligadas à doenças advindas do consumo de álcool e envenenamento acidental pela bebida eram 92% maiores nos definitivamente noturnos do que nos diurnos, e mortes por conta de câncer de pulmão ou das vias aéreas, provavelmente ligados ao tabagismo, eram 78% maiores nos definitivamente noturnos.

Ambos os riscos diminuíram drasticamente quando outros fatores de estilo de vida foram levados em conta. A chave, então, está no vício nessas substâncias, e não na vida noturna em si.

Porque pessoas noturnas bebem mais?

Kaprio ainda comenta que o cronotipo e consumo de álcool e cigarro foram medidos uma vez, usando apenas um questionário — sem saber se os costumes mudaram nos anos seguintes. Segundo ele, é possível que um acompanhamento mais próximo mostre um risco bem menor em relação ao cronotipo, talvez até mesmo ausente. É possível, ainda, que outros riscos ambientais ou comportamentais estejam em jogo, algo ainda não medido e não relacionado ao relógio interno das pessoas.

A ciência não sabe porque pessoas noturnas bebem mais e estejam mais ligadas ao tabagismo, fora, é claro, potenciais diferenças nas atividades sociais realizadas mais comumente por esses indivíduos. Uma explicação poderia ser uma predisposição genética a ser um consumidor contumaz de álcool que também esteja ligada aos hábitos noturnos, mas ainda não há pesquisas conclusivas quanto à possibilidade.

Fonte: Chronobiology International, Live Science

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