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Bactérias "comem" dióxido de carbono e o transformam em rocha em apenas 10 dias

Descoberta dos micróbios poderia ajudar a reduzir as emissões de carbono

15 fev 2024 - 12h46
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Bactérias podem transformar CO2 em rocha
Bactérias podem transformar CO2 em rocha
Foto: Matt Kapust

Uma equipe de cientistas da Universidade de Minas e Tecnologia de Dakota do Sul (South Dakota Mines) fez uma descoberta que pode revolucionar a luta contra as mudanças climáticas.

Eles identificaram micróbios que comem dióxido de carbono (CO2) e o transformam em rocha sólida em apenas dez dias, um processo chamado mineralização de carbono. A pesquisa, publicada na revista Nature Climate Change.

A equipe, liderada pela pesquisadora Gokce K. Ustunisik, professora associada do Departamento de Geologia e Engenharia Geológica, encontrou os micróbios dentro do Sanford Underground Research Facility (SURF), um laboratório subterrâneo localizado na antiga cidade mineira de Lead, nos EUA.

As bactérias

Os micróbios, chamados de extremófilos, são capazes de prosperar em ambientes extremos, como as profundezas da Terra. Eles se alimentam de CO2 e água, convertendo-os em magnésio, um mineral que se solidifica em rocha. Esse processo é natural, mas leva milhares de anos.

As bactérias, no entanto, aceleram drasticamente esse processo, tornando-o uma solução viável para o sequestro de carbono.

Em laboratório, a equipe comparou a taxa na qual o CO2 é mineralizado ao ser dissolvido em água versus a taxa com e sem esses micróbios.

O processo foi testado em diferentes temperaturas, pressões e salinidades, comparáveis às condições extremas encontradas profundamente no subsolo, onde o CO2 pode ser armazenado. O processo também foi feito com diferentes tipos de rochas basálticas.

Os resultados mostraram que sem os micróbios, os cientistas não observaram nenhuma mineralização de CO2. Contudo, na presença das bactérias, o processo levou apenas dez dias para que o CO2 formasse cristais minerais a uma temperatura entre 80°C e 100°C e pressões cerca de 500 vezes superiores às do nível do mar. 

“A descoberta desses micróbios é um grande passo avanti na luta contra as mudanças climáticas”, disse em um comunicado à imprensa Ustunisik. “Eles oferecem uma maneira natural e eficiente de remover o CO2 da atmosfera e armazená-lo permanentemente no subsolo", continuou.

Fonte: Redação Byte
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