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Bairro do Morumbi foi “indústria de pedra lascada” há quase 4 mil anos

Descoberta arqueológica na zona Sul de SP aponta vestígios humanos há 3.800 anos

8 abr 2024 - 11h05
(atualizado às 11h06)
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Resumo
Sítio arqueológico encontrado na zona sul de São Paulo tem vestígios datados entre 3.800 e 820 anos e 300 mil peças catalogadas no Centro de Arqueologia de São Paulo.
Sítio arqueológico no Morumbi
Sítio arqueológico no Morumbi
Foto: Reprodução

Na região do Morumbi, na zona Sul de São Paulo, um grupo de arqueólogos descobriu uma “indústria da pedra lascada”. Os pesquisadores afirmam que o local tem vestígios de presença humana que datam entre 3.800 e 820 anos. Com essa estimativa, esse se torna o sítio mais antigo da capital até agora.

Apesar de já ter sido investigado anteriormente, a idade dos vestígios só foi revelada agora. O terreno do bairro Jardim Pamplona foi encontrado por acaso na década de 1960. 

O estudo foi realizado pela empresa Zanettini Arqueologia, em parceria com pesquisadores do Laboratório Interdisciplinar de Pesquisas em Evolução, Cultura e Meio Ambiente do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP.

O tipo de rocha encontrado no local foi o silexito, majoritariamente. Esse material, que possui quartzo na sua composição e uma boa capacidade de lascamento, era utilizado para criar pontas de flecha. 

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) solicitou em 2022 novas escavações no sítio, para aprovar a construção de imóveis residenciais na propriedade privada onde ele está localizado. 

Até então, pesquisas realizadas indicavam que o terreno havia sido extensivamente escavado, resultando na perda de seu contexto arqueológico e tornando difícil a datação do sítio.

Descobertas

Na década de 1960, o engenheiro civil suíço Caspar Hans Luchsinger registrou as primeiras descobertas arqueológicas do terreno. Na época, ele foi um dos responsáveis pela abertura de loteamentos na região do Morumbi. 

O engenheiro encontrou instrumentos de pedra lascada no lote e, com algum conhecimento prévio de arqueologia, decidiu coletar amostras e as enviou ao Instituto de Pré-História da USP, juntamente com um mapa desenvolvido por ele. 

De acordo com Paulo Eduardo Zanettini, da empresa Zanettini Arqueologia, as descobertas de Luchsinger não foram para frente. Porém, já nos anos 1990, um integrante do Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) da Prefeitura de São Paulo redescobriu os relatos do engenheiro.

Uma equipe de cientistas decidiu voltar com a pesquisa e encontrou matacões de silexito, grandes são blocos arredondados com mais de 25 cm de diâmetro.

Zanettini pontua, em entrevista ao G1, que com os achados, é possível visualizar o lugar em que homens, mulheres e crianças trabalharam nos seus utensílios por muito tempo, como afiar uma flecha de madeira ou produzir uma canoa.

No início dos anos 2000, o lote foi vendido para a construção de um condomínio de casas, e por conta do histórico arqueológico do local, o proprietário precisou contratar uma empresa para estudar a área e posteriormente fazer intervenções no solo.

A companhia não via muita credibilidade nas descobertas anteriores, pois acreditava que o contexto arqueológico não tinha sido mantido como deveria, e por isso, poderiam ter acontecido misturas das camadas de terra.

Após 20 anos, o dono do lugar optou por mudar o tipo de empreendimento que faria no lote, que agora teria uma função social. Com isso, o Iphan pediu que uma nova pesquisa fosse realizada no sítio arqueológico para que nada fosse perdido, levando ao resultado atual.

Desde sua descoberta, o conjunto de pesquisas no sítio resultou na formação de um acervo de mais de 300 mil peças. Atualmente, essas partes estão depositadas no Centro de Arqueologia de São Paulo, localizado no Sítio Morrinhos, no bairro da Casa Verde, mantido pela Prefeitura.

Fonte: Redação Byte
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