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Bancos de sangue vão ajudar no controle das próximas pandemias

Na epidemia, bancos de sangue conseguiam apontar quais grupos eram mais atingidos pela covid. Para cientistas, estratégia pode ser adotada contra outras doenças

26 out 2022 - 12h20
(atualizado às 14h31)
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Cientistas brasileiros e britânicos descobriram ser possível calcular a proporção de uma população previamente infectada (soroprevalência) por um vírus, através da análise de amostras de bancos de sangue. Este tipo de levantamento pode fornecer um raio-x da epidemia, revelar qual é o grau de imunidade coletiva e orientar políticas públicas. Muito provavelmente, a estratégia deve ser adotada no combate às próximas pandemias.

Publicado na revista científica eLife, o estudo sobre o uso de bancos de sangue como forma de calcular os efeitos e acompanhar uma epidemia foi liderado por pesquisadores do Centro Conjunto Brasil-Reino Unido de Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (Cadde).

Na pesquisa, a equipe comprovou a hipótese sobre a eficácia deste tipo de vigilância, a partir da experiência com a covid-19. "Os resultados apontam a utilidade da sorovigilância de doadores de sangue para rastrear a maturidade da epidemia e demonstrar a heterogeneidade demográfica e espacial na disseminação do SARS-CoV-2", afirmam os autores.

Foto: ktsimage/Envato / Canaltech

Hoje, os cálculos de soroprevalência são feitos com amostras de sangue, colhidas de forma aleatória na população. O método é mais caro e existem inúmeras dificuldades em realizá-lo em tempo real.

Como foi feito o estudo com bancos de sangue e a epidemia da covid

No estudo, a coleta de dados foi feita por um ano, entre março de 2020 e março de 2021. Neste período, a equipe de cientistas testou mais de 97 mil amostras de doadores de sangue para anticorpos do tipo imunoglobina G (IgG), com foco em entender a imunidade para a covid-19, em oito capitais brasileiras:

  • Belo Horizonte;
  • Curitiba;
  • Fortaleza;
  • Manaus;
  • Recife;
  • Rio de Janeiro;
  • Salvador;
  • São Paulo.

Segundo os autores, a epidemia da covid-19 foi heterogênea no Brasil. Em outras palavras, o vírus infectou populações diferentes em momentos distintos nos 12 meses analisados. Inicialmente, o principal perfil da doença era composto por homens e jovens e, em seguida, se expandiu para outros grupos.

"No início, algumas linhas de investigação pensavam que todos se infectavam simultaneamente, mas mostramos que isso não é verdade. Em termos de retrato da epidemia, concluímos que houve uma heterogeneidade extrema no Brasil, com diferenças de infecção por grupos e uma variação extensiva da taxa de letalidade. Esse era um resultado que não esperávamos", afirma Carlos Augusto Prete Junior, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), para a Agência Fapesp.

A partir dessas informações em tempo real, seria possível desenhar estratégias e políticas públicas para combater a transmissão da covid-19 em grupos mais específicos, o que aumenta as chances da intervenção ser bem-sucedida, por exemplo.

Fonte: eLife Agência Fapesp    

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