Barbatanas de tubarão: por que pescadores ilegais arrancam essa parte?
Segundo informações do G1, os órgãos retirados são de espécies de tubarões como azul e anequim, também conhecido como Mako
Uma grande operação realizada pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) aprendeu 28,7 toneladas de barbatanas de tubarão, segundo anúncio do órgão nesta segunda-feira (19). Isso significa que cerca de 10 mil animais morreram para chegar a esta quantidade de barbatanas.
Segundo informações do G1, os órgãos retirados são de espécies de tubarões como azul e anequim, também conhecido como Mako. Este último entrou na lista de animais ameaçados de extinção em maio.
Esta é a notícia mais recente sobre um problema antigo: a pesca predatória e ilegal de barbatanas de tubarões, usadas principalmente para alimentos voltados a público de alto poder aquisitivo na Ásia.
Segundo analistas, o aumento da demanda pelas barbatanas, principalmente na China, incentiva a extração dessa parte do animal para exportação ilegal. Isso leva pescadores a obterem os membros em outras regiões do mundo, como na costa brasileira.
O que tem a barbatna de tubarão?
De acordo com uma reportagem de 2011 da AFP, a barbatana não tem nada de interessante para ocidentais: ela solta um líquido pegajoso e sem sabor, e o gosto do prato vem da sopa ou dos seus acompanhamentos.
No entanto, os chineses, consideram a barbatana de tubarão experiência culinária fora do comum. Quem pode pagar por ele o oferece a parceiros de negócios, familiares ou amigos como símbolo de status social, algo muito importante na cultura do país.
Por isso, o tamanho e o aspecto da barbatana importa na preparação do prato. As dorsais são mais caras que as ventrais ou peitorais, mas a cauda também é bastante apreciada, segundo os vendedores.
Além disso, a medicina tradicional chinesa afirma que comer barbatanas fortalece a saúde e os ossos. Mas isso não é comprovado cientificamente; na verdade, diz-se que o nível de toxicidade da carne de tubarão é alta por ser um grande animal predador.
O tubarão acumula metais pesados como mercúrio e arsênio que vieram dos organismos que lhe serviram de alimento. Em excesso, diz a BBC em reportagem de 2021, essas substâncias podem causar danos cerebrais.
Além das espécies apreendidas pelo Ibama neste mês, outras sofrem dessa caça, como tubarão-tigre, martelo, grande tubarão branco e outras.