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Bebê macaco 'quimera' com alta quantidade de células-tronco tem olhos verdes e dedos fluorescentes

10 nov 2023 - 10h01
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Pela primeira vez, um macaco quimérico com uma grande quantidade de células derivadas de células-tronco embrionárias foi concebido vivo.

As células do bebê macaco são provenientes de dois embriões diferentes, o que significa que são geneticamente diferentes, tornando o jovem primata uma 'quimera'.

Linhagem de células-tronco

O termo 'linhagem de células-tronco' significa uma população de células-tronco que surgiram de uma fonte única, que pode ser cultivada e replicada em laboratório.

Embora os cientistas já tenham realizado experimentos semelhantes com ratos e camundongos, a replicação desse processo com animais mais complexos, como macacos, se mostrou difícil.

O autor do estudo, Zhen Liu, mencionou que este é um objetivo há muito perseguido na área. Ele frisou que esta pesquisa não apenas é relevante para compreender a pluripotência ingênua em outros primatas, incluindo humanos, como também tem implicações práticas para a engenharia genética e a conservação das espécies.

É o primeiro nascimento vivo de uma quimera de primata criada com células-tronco, disseram os pesquisadores.
É o primeiro nascimento vivo de uma quimera de primata criada com células-tronco, disseram os pesquisadores.
Foto:  Cell/Cao et al.  / Tecmundo

Macaco 'quimérico'

Os pesquisadores chegaram a um macaco "quimérico" ao nutrir e desenvolver de forma cuidadosa o bebê primata dentro do útero da mãe macaca.

A partir de testes genéticos e de diversas técnicas, verificou-se que uma grande parte do corpo do bebê macaco era composta por células derivadas das células-tronco introduzidas.

Imagens mostrando os sinais de fluorescência verde em diferentes partes do corpo do macaco quimérico nascido vivo (#10) com 3 dias.
Imagens mostrando os sinais de fluorescência verde em diferentes partes do corpo do macaco quimérico nascido vivo (#10) com 3 dias.
Foto:  Cell/Cao et al.  / Tecmundo

A proteína fluorescente verde

Para identificar a linhagem de células-tronco, os pesquisadores a rotularam com uma proteína fluorescente verde e introduziram um grupo específico dessas células em embriões de macacos muito jovens, que, posteriormente, foram implantados em macacas fêmeas. Isso resultou em 12 gestações e seis nascidos vivos.

Os exames mostraram que um macaco nascido vivo e um feto morto apresentaram uma mistura de células-tronco injetadas e das células do macaco.

Os sinais da marcação com fluorescência verde eram visíveis nas pontas dos dedos e nos olhos do filhote de macaco de três dias.

Explorando vários órgãos do macaco vivo, os pesquisadores observaram que eles continham entre 21% e 92% de células originadas das células-tronco injetadas.

Os resultados têm implicações importantes para o estudo da pluripotência ingênua dos primatas e da engenharia genética de primatas não humanos.
Os resultados têm implicações importantes para o estudo da pluripotência ingênua dos primatas e da engenharia genética de primatas não humanos.
Foto:  Getty Images  / Tecmundo

Futuro da pesquisa com células-tronco

Os cientistas postulam que variáveis como a saúde do embrião da mãe macaca e as características das células-tronco podem influenciar o sucesso deste processo. Eles defendem o exame de células individuais em diferentes estágios de desenvolvimento para melhorar a compreensão.

O coautor do estudo, Miguel Esteban, enfatizou que esta descoberta aumenta a nossa compreensão de como essas células-tronco operam em macacos e seu potencial de desenvolvimento em primatas, incluindo humanos.

Mantenha-se atualizado sobre as últimas pesquisas científicas aqui no TecMundo. Se desejar, aproveite para saber também sobre os "Robôs-vivos" foram criados a partir de células-tronco de sapos.

Tecmundo
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