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Big Techs lucraram enquanto golpistas transmitiam ao vivo ataques

Relatório da SumOfUs afirma que Google e Meta lucraram enquanto golpistas transmitiam ao vivo os ataques às sedes dos três poderes em Brasília

11 jan 2023 - 18h25
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A organização sem fins lucrativos SumOfUs publicou um relatório nesta quarta-feira (11.jan) alegando que Google e Meta lucraram enquanto golpistas transmitiam, ao vivo, os ataques às sedes dos três poderes em Brasília em 8.jan.2023.

Foto: Núcleo Jornalismo

Segundo o documento, algumas lives dos extremistas de direita, que foram transmitidas durante a invasão por mais de quatro horas, continham anúncios veiculados livremente em seus canais e vídeos, alcançando milhões de visualizações.

Um dia após os ataques, levantamento do BotPonto, robô do Núcleo que monitora transcrições de vídeos na plataforma em busca de termos que podem estar associados a desinformação, revelou que canais bolsonaristas no YouTube continuavam apoiando insurreição em vídeos que não foram moderados pela plataforma.

RELATÓRIO. Pesquisadores da SumOfUs analisaram conteúdos nas plataformas de rede social horas após os ataques. Foram encontrados vídeos exaltando os atos golpistas que acumulam dezenas de milhares de visualizações, além de outros conteúdos convocando para novos atos golpistas.

"Google e Meta permitiram que extremistas transmitissem ao vivo durante o motim, incitando mais pessoas a se juntarem aos ataques. Alguns influenciadores extremistas estavam pedindo a tentativa de golpe e invasões com vídeos ao vivo e gravados, postagens e mensagens vários dias antes da invasão. Os vídeos ainda estavam online pelo menos 24 horas após os eventos", diz o documento.

CONCLUSÕES. Os pesquisadores afirmam que dois anos após o ataque ao Capitólio nos EUA, "vemos a história se repetir no Brasil e a mesma inércia das empresas proprietárias das redes sociais".

"Meta, via Facebook e Instagram, e Google via YouTube facilitaram a transmissão ao vivo da violência indescritível contra os principais pilares democráticos do Brasil. Como esta pesquisa e várias outras mostraram, as plataformas são desafiadoras mesmo diante de ordens judiciais", diz o relatório.

O documento diz ainda que um dia após a invasão, as plataformas anunciaram a remoção do conteúdo "provando que eles são tecnicamente capazes de tomar medidas para remover conteúdo violento. No entanto, como pesquisadores e denunciantes demonstraram repetidamente, os altos executivos se recusam a implementar altos padrões de segurança".

PROVIDÊNCIAS. A SumOfUs pediu uma investigação imediata pelas autoridades brasileiras sobre o papel das big techs nos ataques de 8.jan em Brasília. Além disso, a organização pede o banimento permanente de perfis nas redes sociais que incitam à violência e divulgam atos golpistas.

A SumOfUs também vai solicitar a extradição dos influenciadores de extrema-direita que fugiram para os EUA e continuam transmitindo livremente desinformação e conteúdo golpista para seus seguidores, como é o caso de Allan dos Santos.

Edição Sérgio Spagnuolo
Núcleo Jornalismo
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