Bluesky vai deixar você escolher o algoritmo de recomendação do feed
A rede social Bluesky, rival do Twitter, vai permitir que desenvolvedores criem feeds personalizados e compartilhem com os usuários da plataforma
A rede social Bluesky, plataforma criada pelo cofundador do Twitter Jack Dorsey, deve permitir ao usuário controlar a exibição de conteúdo no feed de um jeito bem diferente do que tem sido comum nesse mercado. A ideia é que as pessoas entendam como funciona o algoritmo e possam escolher entre mais de uma opção.
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A explicação foi da CEO da Bluesky, Jay Graber, em um post publicado no blog oficial do serviço. A executiva disse que a transparência é um fator fundamental para a proposta de código aberto do serviço, portanto será necessário abrir o funcionamento por completo.
"Para os desenvolvedores, um mercado aberto de algoritmos fornecerá a liberdade para experimentar e publicar algoritmos que qualquer pessoa pode usar. Para os usuários, a capacidade de personalizar seu feed lhes devolverá o controle de seu recurso mais valioso: sua atenção", analisou Graber.
Esse conceito é chamado pela CEO de "mercado de algoritmo", porque possibilitará o tráfego livre das tecnologias de recomendação. "Os usuários poderão encontrar, compartilhar e adicionar algoritmos a seus clientes. Nosso design de UX permite que os usuários deslizem entre algoritmos favoritos ou visualizem um feed de vários algoritmos", explicou.
Crie seu próprio feed
Tudo ainda está em fase inicial, pois os criadores precisam lançar a API de feed para acesso dos desenvolvedores. Além disso, a Bluesky ainda precisa detalhar o "sistema de seleção de feed", o qual permitirá navegar em linhas do tempo próprias ou de terceiros.
Your attention is an invaluable resource. We've been working on creating a composable, customizable marketplace of algorithms that lets you take control of how you spend your attention.https://t.co/DTuxeaN4Hw
— bluesky (@bluesky) March 31, 2023
A ideia é permitir a configuração de regras específicas, como um foco maior em perfis esportivos ou em criadores que falem sobre tecnologia. Com a modelagem de feed, a pessoa não ficaria refém de um algoritmo desconhecido para ver conteúdos do seu interesse.
Dorsey é um antigo defensor do conceito de "escolha algorítmica", porque isso daria mais liberdade de uso, bem como evitaria a manipulação. Ele chegou a levantar essa possibilidade quando ainda era presidente do Twitter, mas os executivos da empresa não acolheram a ideia.
O que é a Bluesky?
A Bluesky surgiu com o apoio oficial do Twitter, como uma proposta de descentralizar a rede social do passarinho azul. Em 2021, o serviço perdeu o apoio e o financiamento, precisando caminhar com as próprias pernas.
Atualmente, a rede é apontada como uma forte candidata a rivalizar com a plataforma adquirida por Elon Musk. A Bluesky tem um visual muito similar ao Passarinho Azul — com estrutura de linha do tempo, cores e menus —, e também ainda conta com o prestígio (e a mente) de Dorsey para impulsioná-la.
No começo de março, o aplicativo para iOS foi finalmente lançado. O desembarque no iPhone acabou com a exigência de convites e o cadastro na lista de espera, o que expandiu consideravelmente a base de usuários.
Um Twitter descentralizado
O cofundador do Twitter já disse que um dos seus erros foi fazer a rede social com código fechado. A medida impede o uso das ferramentas pela comunidade e centraliza demais o poder nas mãos de poucos executivos.
Na Bluesky, isso não ocorre devido ao uso do Authenticated Transfer Protocol (AT Protocol), uma linguagem de código aberto e em um sistema federado, como ocorre no Mastodon. Esse protocolo permite criar redes sociais individualizadas dentro da Bluesky, as quais podem se comunicar entre si de maneira integrada. É como se existisse uma rede social capaz de unificar Instagram, Facebook, Twitter, Snapchat e TikTok em um só lugar.
O desafio do "Céu Azul" é conseguir reunir gente o suficiente para tornar o sistema sustentável e relevante. A briga será árdua não somente contra a plataforma de Musk, mas também com o Mastodon, o Koo e a iniciativa P92, em desenvolvimento pela Meta.
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