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Botox na testa pode mudar forma como mente processa emoções, diz estudo

Pesquisa se baseou na hipótese do "feedback facial", que afirma que "imitamos" a expressão de outras pessoas

23 mar 2023 - 16h36
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As injeções de botox na testa parecem prejudicar a capacidade do cérebro de reconhecer e processar as expressões emocionais de outras pessoa
As injeções de botox na testa parecem prejudicar a capacidade do cérebro de reconhecer e processar as expressões emocionais de outras pessoa
Foto: Prostock-studio

Uma equipe de pesquisadores da Universidade da Califórnia investigou a relação entre injeções de botox na testa e a maneira como o cérebro interpreta e processa as emoções de outras pessoas. Os resultados foram publicados na revista científica Scientific Reports.

Aplicar botox no rosto serve para amenizar as rugas e as linhas de expressão na região da testa, em um procedimento estético. A toxina botulínica impede a contração dos músculos, promovendo o relaxamento da região e impedindo a formação desses "pés de galinhas" indesejados.

O que a equipe observou

Um grupo de dez participantes do sexo feminino, cada uma com idade entre 33 e 40 anos, se submeteu ao experimento.

Durante as sessões de ressonância magnética funcional (fMRI) para pesquisa – uma antes e outra duas semanas após receberem injeção de botox – as participantes viram fotos de rostos felizes, tristes e expressões neutras. 

Após passarem pelo procedimento estético, elas apresentaram sinais de mudança na amígdala — o centro do nosso cérebro responsável pelo processamento emocional — ao ver rostos felizes e bravos. Além disso, no giro fusiforme (região do cérebro ligada ao reconhecimento) também se alterou quando elas olharam para os rostos felizes após as aplicações.

A hipótese da pesquisa se chama "feedback facial", e afirma que, quando vemos uma expressão de raiva ou felicidade no rosto de outra pessoa, flexionamos ou contraímos os músculos de nosso próprio rosto para simular a expressão. Este é um processo inconsciente. 

E funciona assim: à medida que nossos músculos faciais imitam o sorriso ou a carranca de outra pessoa, sinais são enviados ao nosso cérebro para nos ajudar a interpretá-los. 

Nesta hipótese, acredita-se que isso não apenas ajude em nossa capacidade de identificar os estados emocionais de outras pessoas, mas também de experimentá-los nós mesmos.  

Segundo os pesquisadores, há muito mais a explorar sobre o papel do feedback facial na atividade da amígdala, bem como em outras regiões envolvidas no circuito neuroanatômico para o processamento de rostos emocionais. 

Ainda assim, eles escreveram que "evitar franzir a testa por meio de injeções de botox inibe a maneira como o cérebro processa rostos emocionais". 

Fonte: Redação Byte
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