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Brasileiro ouro em olimpíada de astronomia quer melhorar energia renovável

Brasil sediará próxima edição da Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica, que recebe 51 países; edição 2023 foi na Polônia

7 set 2023 - 05h00
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Da esquerda para a direita, os estudantes  Paulo Otávio, Paulo Henrique, Gabriel Hemétrio, Murilo Porfírio e Mariana Tana
Da esquerda para a direita, os estudantes Paulo Otávio, Paulo Henrique, Gabriel Hemétrio, Murilo Porfírio e Mariana Tana
Foto: Divulgação/Observatório Nacional

O estudante Paulo Henrique dos Santos tem apenas 17 anos, mas já tem no currículo algo para poucos: uma medalha de ouro na 16ª Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA), realizada na Polônia, em agosto. O feito o estimula a perseguir alguns de seus sonhos profissionais: estudar nos Estados Unidos e trazer avanços à energia limpa.

O jovem mostra fascínio pela termodinâmica, campo que estuda a troca de matéria e a troca de energia pelo trabalho e pelo calor entre sistemas. “Pois ela me permite entender como algo tão caótico como o núcleo de uma estrela consegue fazer com que ela emita luz de forma estável por bilhões de anos”, diz o estudante.

“De tudo que já estudei, eletromagnetismo foi minha matéria preferida, então pretendo seguir a profissão de engenheiro eletricista. Gostaria de trabalhar pesquisando e desenvolvendo materiais mais baratos e eficientes para a coleta de energia renovável, sobretudo a solar”, diz, em entrevista exclusiva ao Byte

O principal objetivo da IOAA é promover o crescente interesse pela astronomia e assuntos relacionados, como ciência, tecnologia, engenharia e matemática (a sigla STEM, em inglês). É voltada a alunos do ensino médio que desejam seguir carreira na astronomia e astrofísica.

Até chegar à conquista mundial, Paulo Henrique coletou outros feitos. Foi medalha de ouro por três anos consecutivos na Olimpíada Brasileira de Física (OBF), entre 2020 e 2022. Já na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) foram quatro ouros, de 2020 a 2023. No total, acumula 21 premiações em competições científicas, sendo cinco internacionais.

Paulo Henrique, de 17 anos, acumula mais de 20 medalhas em premiações científicas nacionais e internacionais
Paulo Henrique, de 17 anos, acumula mais de 20 medalhas em premiações científicas nacionais e internacionais
Foto: Acervo pessoal

Para conquistar esse sonho, a rotina de estudos é puxada. De manhã, estuda para as matérias da escola, focando na preparação para os vestibulares.

À tarde, costuma estudar para as olimpíadas assistindo às aulas fornecidas pela escola, lê livros de teoria, faz exercícios e simulados de provas anteriores e observa o céu no computador.

O sonho de Paulo Henrique de estudar nos EUA tem bastante a ver com o fenômeno da "fuga de cérebros" que o Brasil passa nos últimos anos pela falta de incentivos. Ele mesmo reconhece isso. “Acredito que um dos principais fatores para isso seja a falta de investimento do país em pesquisa, tornando a carreira científica no país pouco atraente”, disse o jovem.

Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica

A equipe brasileira — formada por Mariana Naves Tana; Gabriel Hemétrio de Menezes; Murilo de Andrade Porfirio; Paulo Henrique dos Santos Silva e Paulo Otávio Portela Santana — enfrentou uma prova de grupo, uma prova teórica, uma prova de análise de dados, uma prova observacional e uma prova de planetário.

Os brasileiros competiram com estudantes de outros 51 países, e conquistaram medalhas e menção honrosa na Olimpíada Internacional realizada em Chorzów, na Polônia. 

Menção Honrosa:

  • Mariana Naves Tana (Instituto Federal de Educação do Sul de Minas Gerais - Minas Gerais)

Medalhas de Prata:

  • Gabriel Hemetrio de Menezes (Colégio Farias Brito - Ceará)
  • Paulo Otavio Portela Santana (Colégio Farias Brito - Ceará) 

Medalhas de Ouro:

  • Murilo de Andrade Porfirio (Colégio Etapa Educacional Eireli - São Paulo)
  • Paulo Henrique dos Santos Silva (Colégio Integrado Objetivo - São Paulo)

Além disso, Paulo Henrique ganhou prêmio pela melhor prova de grupo.

A equipe foi liderada por: 

  • Professor Eugênio Reis - Team Leader (MCTI - Rio de Janeiro) 
  • Ualype Uchôa - Team Leader (medalha de Prata na IOAA 2021)
  • Professor Heliomárzio Rodrigues Moreira - Observer (Colégio Farias Brito - Ceará)

Seleção rigorosa

Em entrevista ao Byte, Eugênio Reis, vice-coordenador nacional da OBA, explicou como funciona a seletiva dos alunos brasileiros que participam da competição internancional.

Todos os participantes têm que passar primeiro pela OBA. Os estudantes do Ensino Médio com nota igual ou acima de 7,0 e os estudantes do 9° ano do Ensino Fundamental com nota igual ou acima de 9,0 são convidados para o processo seletivo.

“Este processo é longo e começa com três provas online. Depois, cerca de 150 estudantes com as maiores médias são convidados para as provas presenciais. Após desta etapa, os 40 melhores estudantes, incluindo, necessariamente, meninas, estudantes de escolas públicas e estudantes do 1º ano do EM, vão compor a equipe de treinamento”, diz Reis.

Depois deste processo, os jovens têm aulas especiais com astrônomos profissionais, aulas práticas de reconhecimento de céu e uso de telescópios, além de continuarem fazendo provas. 

“Somente depois do segundo treinamento, selecionam-se os cinco estudantes que irão para a IOAA e os cinco que irão para a OLAA [Olimpíada Latino Americana de Astronomia e Astronáutica]. Estas duas equipes têm, por obrigação nossa, que ser equipes mistas. Eles ainda passam por um terceiro treinamento específico para cada uma das competições que irão enfrentar”, diz o professor. 

Futuro desenvolvedor de foguetes?

Murilo de Andrade Porfirio, de 15 anos, também conquistou medalha de ouro na competição internacional. Ele conta que começou a se interessar por astronomia e astrofísica em 2016, com apenas 8 anos, quando participou da OBA pela primeira vez.

“Mas me apaixonei, de fato, muito mais recentemente, quando descobri olimpíadas internacionais e conteúdos bem mais avançados de física e astrofísica que nunca tinha imaginado antes”, disse o adolescente ao Byte.

Ele afirma que a competição foi uma das melhores experiências da sua minha vida.

“As provas, apesar de difíceis, eram bem criativas e inovadoras, o que me fez terminar as longas provas sem cansaço nenhum, de tão interessantes que eram. Além disso, poder entrar em contato com pessoas, culturas e línguas e todo o mundo é uma experiência única e incrivelmente recompensadora!”. 

Para o futuro, Murilo planeja “se aposentar” um pouco das olimpíadas e focar no estudo para vestibulares e aplicações para as universidades no exterior. 

“Eu quero estudar engenharia aeroespacial e gostaria de trabalhar na área de desenvolvimento de foguetes”, disse o garoto. 

Brasil sediará próxima olimpíada internacional 

A 17ª IOAA será realizada no Brasil de 17 a 27 de agosto de 2024, sob coordenação do Observatório Nacional/MCTI. O Brasil já sediou com sucesso a 6ª IOAA, em 2012. 

“No ano que vem, esperamos oferecer para os líderes de 50 países, e seus respectivos estudantes, uma competição de alto nível, além da nossa hospitalidade”, afirmou Eugênio Reis.

As cerimônias de abertura e encerramento, assim como as reuniões do conselho da IOAA, acontecerão no Centro de Convenções General Sombra da Universidade de Vassouras, no estado do Rio de Janeiro.

“Esperamos que uma competição deste porte, realizada no Brasil, seja um incentivo para que mais estudantes participem da OBA e das muitas outras olimpíadas de conhecimento que temos anualmente no Brasil”, disse o vice-coordenador nacional da OBA. 

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Fonte: Redação Byte
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