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Buscas por submersível acham ruídos; como o som se propaga no mar?

O meio oceânico é melhor do que o atmosférico para a propagação do som, explica especialista

21 jun 2023 - 12h50
(atualizado às 12h57)
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Submersível tem cinco pessoas a bordo
Submersível tem cinco pessoas a bordo
Foto: Foto de OceanGate Expeditions / Ansa - Brasil

Na corrida contra o tempo para localizar o submersível Titan — desaparecido perto dos destroços do Titanic — equipes de busca identificaram ruídos subaquáticos que podem auxiliar nas buscas, segundo informou a Guarda Costeira dos Estados Unidos. 

O submersível tem cinco pessoas a bordo e especialistas estimam que haja oxigênio suficiente até a manhã desta quinta-feira (22). A comunicação com o Titan foi perdida no último domingo (18), horas após o início da descida rumo aos destroços do navio Titanic, localizados a quase 4.000 metros de profundidade no Atlântico Norte

O Primeiro Distrito da Guarda Costeira dos Estados Unidos anunciou, por meio de uma postagem no Twitter, sobre a captação de ruídos durante a operação de busca.

"O avião canadense P-3 detectou ruídos subaquáticos na área de busca. Como resultado, as operações de um ROV (sigla em inglês para veículo operado de maneira remota) foram realocadas em uma tentativa de explorar a origem dos ruídos", anunciou. 

Ainda conforme a publicação, as buscas com o ROV não apresentaram resultados até o momento, mas seguem em andamento.

Após ter acesso a um documento interno do governo americano, a CNN informou que "sinais acústicos adicionais foram ouvidos que ajudarão a direcionar os recursos de superfície, enquanto persiste a esperança de encontrar sobreviventes".

Sonar

A Guarda Costeira dos EUA diz que buscas de sonar estão sendo realizadas no local do naufrágio do Titanic depois que ruídos foram ouvidos na busca pelo submersível. O sonar é um equipamento que funciona a partir da emissão de ondas sonoras.

O aparelho pode ser usado para a detectar e localizar objetos no fundo do oceano. Geralmente são utilizados por navios para detecção de objetos no fundo do mar.

Segundo explicação de Danilo Rodrigueis Vieira, bacharel em Ocanografia pelo Instituto Oceanográfico da USP (IOUSP), em publicação em seu site, o meio oceânico é melhor do que o atmosférico para a propagação do som. 

"A absorção é menor na água do que no ar e também porque a velocidade de propagação na água é muito maior do que no ar. A absorção, tanto no mar quanto no ar, depende da frequência do som, de modo que ela é maior quanto maior for a frequência", explicou Vieira. 

O som na oceanografia 

O som, ou energia acústica, envolve a vibração do meio em que se propaga, deslocando-se melhor através dos sólidos e líquidos, com dificuldade através dos gases e não se propaga no vácuo, esclarece publicação da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). 

Ao contrário da luz, o som tem inúmeras aplicações em oceanografia:

  • detecção e localização de cardumes e de submarinos;
  • determinação da batimetria do fundo do mar;
  • comunicações submarinas;
  • sistemas de posicionamento: indústria do petróleo;
  • controle das redes de pesca;
  • correntômetros acústicos, perfiladores de correntes;
  • dispositivos acústicos para liberação de fundeios e de amarras de embarcações.

Segundo Rogério Neves, CEO da CPE Tecnologia, empresa que atua no mercado de soluções para geotecnologia, este é um segmento que está em constante transformação. Para ele, uma das maiores dificuldades é realizar o mapeamento de áreas submersas. “A coleta de dados nessas áreas é mais difícil por conta do movimento da água, do relevo acidentado e da pouca ou nenhuma visibilidade”.

Neves explica que para auxiliar o profissional que faz o mapeamento — geralmente para o planejamento de obras de engenharia —, hoje existem recursos tecnológicos como o ecobatímetro, um equipamento utilizado para realizar a medição do tempo decorrido entre a emissão de um pulso sonoro, de frequência sônica ou ultrassônica, e a recepção do mesmo sinal após ser refletido pelo fundo do mar. 

Ruídos

Houve uma reação mista dos especialistas sobre o quão esperançosos devemos estar depois que ruídos subaquáticos foram detectados por uma aeronave militar canadense.

Os sons de batidas podem ser "espúrios", ou seja, hipotéticos, pois há "muito barulho vindo do oceano", disse o ex-oficial da Marinha Chris Parry em entrevista à mídia internacional. 

Segundo Parry, o Titanic "faz muito barulho mesmo quando a corrente passa por ele", e a atenção deve ser focada na área de "provável acidente com a própria embarcação". Porém, acrescentou que o "alvo muito pequeno", se referindo ao submersível Titan. 

Fonte: Redação Byte
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