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Camadas de gelo da Antártida derretem mais rápido com processo de infiltração, segundo pesquisa

Conforme o gelo derrete na Antártida, a água quente do oceano pode se infiltrar ainda mais e aumentar o derretimento

25 jun 2024 - 12h52
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2º Ártico (13.726.937 km²) - No extremo oposto, este deserto fica no Polo Norte. Abrange quase toda a parte Ártica do planeta, ocupando territórios da Escandinávia, Sibéria, Alasca, Groenlândia e Canadá.
2º Ártico (13.726.937 km²) - No extremo oposto, este deserto fica no Polo Norte. Abrange quase toda a parte Ártica do planeta, ocupando territórios da Escandinávia, Sibéria, Alasca, Groenlândia e Canadá.
Foto: Imagem de JayMantri por Pixabay / Flipar

Uma nova pesquisa aponta que as infiltrações de água do mar quente nas camadas de gelo da Antártida são mais poderosas do que os cientistas consideravam antes.

O estudo foi publicado nesta terça-feira (25) na Nature Geoscience.

Os cientistas sugerem que as temperaturas elevadas dos oceanos também podem desencadear um efeito de retroalimentação "descontrolada", permitindo que a água do mar quente se mova mais para o interior das camadas de gelo.

Isso levaria a um derretimento mais rápido, aumentando ainda mais o nível do mar. "O mecanismo de intrusão é muito mais poderoso do que entendíamos anteriormente", diz Alexander Bradley, coautor da pesquisa, do British Antarctic Survey, ao NewScience.

Esse processo não está incluído nos modelos que preveem a elevação do nível do mar, de forma que os resultados do estudo podem trazer mais noção de como o mundo mudará com o aquecimento global e de quanto as áreas costeiras vão precisar se adaptar.

Sobre a infiltração

A infiltração acontece por conta da diferença de densidade entre a água doce, que sai de baixo da camada de gelo, e vai de encontro com a água do oceano que está aquecida, num ponto onde o gelo encontra o fundo do mar. Essa área é conhecida como linha de base.

Observar diretamente esse acontecimento é complicado, uma vez que ocorre sob centenas de metros de gelo, mas simulações indicam que a água quente poderia se propagar por vários quilômetros em certas áreas.

"Descobrimos que o derretimento na linha de base exibe um comportamento semelhante a um 'ponto de inflexão', onde uma mudança muito pequena na temperatura do oceano pode causar um aumento muito grande no derretimento, o que levaria a uma grande mudança no fluxo do gelo acima dela", diz Bradley, em comunicado à imprensa.

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Modelo da pesquisa

Bradley e o coautor da pesquisa, Ian Hewitt, da Universidade de Oxford, se basearam no modelo de Alexander Robel, do Instituto de Tecnologia da Geórgia, em Atlanta. O modelo concluiu que as intrusões extensas podem mais que dobrar a quantidade de perda de gelo. 

Os cientistas consideraram como a mudança na forma das cavidades no gelo à medida que ele derrete alteraria o fluxo de água do mar intrusa.

Com o modelo, os dois pesquisadores descobriram que, quando a água do mar atinge um certo limite de temperatura, ela derrete o gelo na linha de base mais rápido do que pode ser reposto pelo gelo que flui.

Conforme essa cavidade cresce, mais água do mar consegue entrar por baixo da camada de gelo e se infiltrar mais para o interior.

A pesquisa também aponta que a temperatura necessária que desencaderia esses efeitos está dentro das projeções do que está previsto ainda neste século.

Porém, o modelo ainda é capaz de fazer previsões sobre camadas de gelo específicas e nem todas as camadas de gelo sejam igualmente sujeitas às infiltrações.

Fonte: Redação Byte
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