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Cambridge Analytica | Os principais momentos do depoimento de Mark Zuckerberg

11 abr 2018 - 11h02
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O mundo parou para assistir o depoimento de Mark Zuckerberg ao Senado norte-americano na última terça-feira (10). O motivo do encontro foi tratar sobre a privacidade dos dados de seus usuários, necessidade que surgiu após o escândalo da Cambridge Analytica, quando informações de milhões de pessoas foram destinadas à campanha que elegeu Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.

Mark Zuckerberg depoimento Senado
Mark Zuckerberg depoimento Senado
Foto: Axios / Canaltech

O CEO do Facebook foi confrontado por cinco horas com questões sobre privacidade, coleta de dados, regulações e, claro, a Cambridge Analytica. Zuckerberg afirmou que é importante que os usuários saibam exatamente como as informações que são compartilhadas no Facebook são usadas. "É por isso que, toda vez que você compartilha algo no Facebook, seja uma foto ou uma mensagem, todas as vezes há um controle sobre para quem você vai compartilhar e você pode mudar isso", conta.

Algumas perguntas foram diretas, deixando o executivo visivelmente desconfortável. O senador Dick Durbin perguntou a Zuckerberg se ele ficaria confortável compartilhando o nome do hotel em que ele ficou na noite passada. A resposta, obviamente, foi negativa. "Eu provavelmente não escolheria fazer essa publicidade aqui. Eu acho que todo mundo deve ter controle de como suas informações são usadas", destaca novamente.

Cambridge Analytica

Quando a Cambridge Analytica virou tópico, Zuckerberg se defendeu e contou que a companhia não estava usando seus serviços em 2015, que eles não eram anunciantes e nem estavam comandando páginas, e que então não haveria o que proibir.

Um pouco depois, o CEO explicou melhor a sua resposta: "Pelo meu entendimento, eles não estavam na plataforma, não eram desenvolvedores de aplicativos com anunciantes. Quando voltei e me encontrei com minha equipe, eles informaram que a Cambridge Analytica realmente começou como anunciante no final de 2015", corrige.

Na sequência, Zuckerberg conta que, em teoria, eles poderiam ter banido a empresa, mas que eles erraram.

"Quando a Cambridge Analytic nos disseram que não estavam usando os dados e que os excluíram, nós consideramos um caso encerrado. Nós não deveríamos ter acreditado em sua palavra. Nós atualizamos nossas políticas para garantir que não cometeremos este erro novamente", esclarece Zuckerberg.

Armazenamento de dados pessoais

Em relação ao armazenamento e venda de dados, Zuckerberg conta que sim, a rede social armazena informações, mas que a venda para anunciantes não acontece.

"O que permitimos é que os anunciantes nos digam quem eles querem alcançar e, em seguida, fazemos o direcionamento. Esta é uma parte muito fundamental de como nossos modelos funcionam e é algo que é mal entendido constantemente", diz.

Então, a senadora Tammy Baldwin pergunta se Aleksandr Kogan, da Universidade de Cambridge, vendeu os dados coletados no Facebook para a Cambridge Analytica. "Sim, ele vendeu", responde Zuckerberg. "Estamos investigando cada aplicativo que eles tiveram acesso em grande quantidade no passado. E se descobrirmos que alguém usou os dados de maneira adequada, vamos bani-los do Facebook e informar todos os afetados", complemente Zuckerberg.

O CEO ainda contou que é a favor de uma regulação e que um de seus grandes arrependimentos no comando da empresa é não ter identificado a operação russa em 2016. "Existem pessoas na Rússia cujos empregos são tentar explorar nossos sistemas e outros sistemas de internet. É uma corrida armamentista em andamento. Enquanto houver pessoas na Rússia cujo trabalho é tentar interferir nas eleições de todo o mundo, este será um conflito sem fim."

De quem foi o erro?

Ao final, Zuckerberg assumiu a responsabilidade. "Foi um erro meu e peço desculpas. Eu comecei o Facebook, gerencio e sou responsável pelo que acontece aqui. Está claro agora que não fizemos o suficiente para prevenir estas ferramentas de serem usadas para danos. O mesmo vale para as notícias falsas, interferência estrangeira em eleições e discursos de ódio, assim como desenvolvedores e a privacidade de dados", finaliza.

Nesta quarta-feira (11), o CEO da rede social vai se apresentar em mais um depoimento, desta vez em reunião do Congresso.

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