Câmera com IA ajudará a identificar ataques à conservação de florestas
Câmeras já eram usadas para pesquisas da vida selvagem, mas muitas vezes sofriam com a falta de boa conectividade; IA pretende mudar isso
Um novo projeto liderado pela Universidade de Stirling (Escócia) e pela startup Hack the Planet desenvolveu uma câmera com inteligência artificial (IA) capaz de beneficiar a conservação das florestas e do ambiente por meio da identificação de conflitos entre animais e humanos.
A tecnologia também tem o objetivo de rastrear atividades ilegais praticadas em áreas protegidas, fornecendo alertas ao vivo para guardas florestais e aldeias.
Câmeras costumam ser usadas regularmente para pesquisas sobre a vida selvagem, mas muitas vezes sofrem com a falta de boa conectividade na região. Com a IA, esse problema poderia ser corrigido, pois a câmera pode fornecer alertas sem precisar de wi-fi, rádio de longo alcance ou cobertura para celular.
A pesquisa foi publicada na revista Methods in Ecology and Evolution, e pôde identificar com precisão elefantes e humanos em áreas remotas do Gabão e prevenir tensões entre eles. Além disso, o piloto do projeto ajudou a detectar caçadores escondidos.
O projeto inaugura a primeira vez em que um sistema de câmera tão avançado é testado sob as difíceis condições de uma floresta tropical. O modelo de IA conta com câmeras inteligentes e hardware personalizado com conexão via satélite, o que permite a troca de informações em tempo real.
“Dados em tempo real de câmeras inteligentes e outros sensores podem revolucionar a forma como monitoramos e protegemos os ecossistemas mais ameaçados do mundo. Os avanços feitos neste estudo mostram que os dados em tempo real podem ser usados para tomar melhores decisões durante situações críticas”, disse o pesquisador de pós-doutorado responsável pelo estudo, Robin Whytock.
O ministro gabonês da Água, Florestas, Mar e Meio Ambiente, Lee White, comentou que “menos guardas florestais morrerão e mais caçadores furtivos serão capturados, se pudermos implantar essa tecnologia”.