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Câmeras de segurança da Amazon geram polêmica em reality show

Empresa tem sido acusada de ter fornecido imagens de usuários sem consentimento a autoridades policiais; entenda

21 set 2022 - 17h16
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Reality show "Ring Nation" deve ser lançado nos EUA com imagens de câmeras de segurança
Reality show "Ring Nation" deve ser lançado nos EUA com imagens de câmeras de segurança
Foto: Divulgação/Amazon / Canaltech

O lançamento do reality show “Ring Nation”, baseado em imagens capturadas por câmeras de segurança doméstica da marca Ring, comprada pela Amazon em 2018, está causando polêmica nos Estados Unidos. 

Os produtores do programa, que estreia na próxima segunda-feira (26), o descrevem como "uma série de meia hora, baseada em estúdio, que dá ao público uma dose diária dos vídeos virais imprevisíveis, emocionantes e hilários da vida compartilhados por pessoas de suas campainhas de vídeo, câmeras domésticas inteligentes e muito mais".

Na terça-feira (20), os grupos em prol da privacidade e justiça social Fight for the Future (FFF) e Media Justice lançaram uma carta aberta exigindo que a MGM Studios, estúdio adquirido pela Amazon, cancele o programa. A justificativa é que ele possa "normalizar e promover a perigosa rede de câmeras de vigilância da Amazon Ring", que coloca a privacidade das pessoas em risco.

Por que cancelar o lançamento do reality?

Os que defendem o cancelamento do reality show argumentam que a MGM e afiliados se escondem atrás do conceito de consentimento para fazer a exibição do programa. O documento diz: "As pessoas que aparecem nos vídeos de forma alguma estão protegidas contra os danos decorrentes dessa exposição da Ring em geral, principalmente as comunidades marginalizadas visadas pela polícia".

Se críticos do programa o descrevem como um “show de terror”, seus idealizadores dizem que queriam se concentrar em vídeos “comoventes e hilários”, segundo o site Gizmodo. 

A MGM/Amazon anunciou o reality ainda no começo deste ano com a participação da comediante Wanda Sykes, que iria comentar os vídeos captados pelas câmeras de segurança. Alguns dos registros virais incluem pedidos de casamento, reuniões militares e animais fazendo coisas engraçadas. 

Fornecer aos departamentos de polícia imagens dos usuários seria, na visão dos ativistas, dar a ela acesso à uma rede de vigilância em massa que opera sem supervisão. E há uma razão para isso.

Imagens da Ring já foram usadas para vigiar ativistas que protestavam contra o assassinato de George Floyd, dizem ativistas
Imagens da Ring já foram usadas para vigiar ativistas que protestavam contra o assassinato de George Floyd, dizem ativistas
Foto: Clay Banks / Unsplash

Ring ajudou com policiamento racista?

Por trabalhar com equipamentos de segurança residencial, a Ring tem parceria com mais de 2 mil departamentos de polícia em diferentes regiões dos Estados Unidos. A empresa é acusada de supostamente ter fornecido às autoridades policiais imagens de pessoas sem consentimento em pelo menos 11 ocasiões só neste ano. 

Em outro momento da carta aberta, seus assinantes dizem: “Perfil racial e policiamento racista são componentes centrais do modelo de negócios da Ring, que lucra com o medo. Se for ao ar, este programa coloca em risco os direitos e a vida dos espectadores e suas famílias”. Como exemplos, citam que as imagens da Ring já foram usadas para vigiar ativistas que protestavam contra o assassinato de George Floyd, ocorrido em 2020.

"Imagens de uma câmera Ring podem ser usadas para processar uma paciente que abortou que sai do estado para atendimento médico — seja filmando a clínica, capturando-a saindo de um Airbnb ou provando que não estava em casa por alguns dias", afirmam.

No mês de agosto deste ano, o senador norte-americano Ed Markey (D-Mass), membro do Comitê de Comércio dos EUA, já havia solicitado a Jeff Bezos maiores explicações sobre as práticas de segurança de dados das câmeras da empresa Ring. Ao Hollywood Reporter, ele afirmou: "A Amazon parece estar produzindo um anúncio direto para seus próprios produtos Ring e mascarando-o como entretenimento".

Outras investigações da Amazon

Não foi só por conta do reality show que a Amazon tem sido investigada. No início deste mês, mais de 20 grupos assinaram uma carta à FTC (agência do governo de proteção ao consumidor) para bloquear a aquisição de US$ 1,7 bilhão (R$ 8,8 bilhões) da iRobot, empresa de aspiradores recém adquirida pela gigante do varejo eletrônico. 

Para os grupos, o acordo colocaria em risco a “concorrência leal”, bem como a privacidade do consumidor.  Uma intervenção da FTC no acordo da iRobot poderia impedir que a Amazon lance no futuro outro reality show usando dados capturados pelo aspirador robô Roomba, bastante popular por mapear os locais em que limpa. 

Fonte: Redação Byte
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