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Maddog mostra uso do computador de US$ 35 para diversão e negócios

Maddog exalta potencial do computador de US$ 35 para os negócios

29 jan 2013 - 12h54
(atualizado em 13/2/2013 às 19h23)
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Jon Maddog Hall, diretor-executivo da Linux Internacional, subiu ao palco de software livre na manhã desta terça-feira para falar sobre o Raspberry Pi, o computador de US$ 35. O programador detalhou as configurações da máquina, que tem 512 megabytes de RAM e processador 700 megahertz, e lembrou os brasileiros que a máquina, por aqui, é mais cara devido aos altos impostos de importação.

Diretor do Linux exaltou possibilidades do Raspberry Pi durante apresentação
Diretor do Linux exaltou possibilidades do Raspberry Pi durante apresentação
Foto: Bruno Santos / Terra

Falando sobre as origens do projeto, voltado ao aprendizado de computação – através da experimentação, ou tinkering, em inglês -, Maddog reforçou que o baixo custo do computador não significa que suas configurações sejam ruins. "Não espere que ele seja como o seu computador para jogos, mas ele é muito bom", disse.

Usando uma gravata vermelha com o símbolo do Linux estampado, o programador comparou as funcionalidades do Arduíno - outra plataforma open source - e o Raspberry Pi, destacando que a principal diferença é que aquele foi criado para desenvolver uma tarefa por vez, e rápido, enquanto este é capaz de rodar um sistema operacional inteiro. Além do mais, destacou, é possível trabalhar com os dois interligados.

Maddog passou então a enumerar as diferentes possibilidades de uso que o computador de baixo custo pode ter. Thin client (pequena rede), central de mídias e servidor são algumas das funções citadas. O diretor-executivo também falou sobre barcos que navegam sozinhos e balões de elevadas altitudes que são dirigidos por um Raspberry Pi. "E se o barco se perder ou o balão cair? Tudo bem, porque o computador custou só US$ 35", disse.

Ele também citou as limitações do sistema, como a velocidade do processador e a quantidade de memória RAM. Positivo, sugeriu overclock para até um gigahertz e brincou com a audiência sobre o que hoje é considerado "pouco" em termos de memória RAM. "Quando comecei a programar, não tinha nem um megabyte (de RAM). O primeiro processador com mil bytes me custou US$ 2,3 mil. Então se você me disser que 512 megabytes é pouco para programar, não vou ter nenhuma pena de você", disse.

Maddog passou então a destacar como o Raspberry Pi pode ser usado como plataforma de negócio. Ele lembrou o caso de um carioca, Marcelo Balisteri, que montou o primeiro computador com peças que encontrou no lixo, e aprendeu a programar com livros também descartados, montando depois uma rede wireless em uma favela. "A vantagem (do computador de baixo custo) é que você não precisa de muito dinheiro para começar a construir sua ideia e transformá-la em um negócio", incentivou.

Possibilidades para o Brasil

Durante a palestra, Maddog revelou que participa de um grupo que tenta instalar uma planta de fabricação do Raspberry Pi aqui no Brasil, o que além de gerar emprego e renda no País possibilitaria que o custo do computador por aqui fosse mais próximo dos US$ 35 - hoje, custa no mínimo R$ 80. "Não vai acontecer agora (a fabricação local), mas poderia ser muito em breve", afirmou.

Ao Terra, o diretor-executivo do Linux destacou que o grande diferencial do Raspberry Pi é representar uma alternativa e com valor acessível. "Aqui vocês não podem comprar o computador que querem porque os preços são muito altos, e muitos sequer podem ter um computador", diz, destacando a importância de se discutir as importações de tecnologias como o Raspberry Pi.

"Não estou nem aí para quanto é o imposto do seu aparelho de som ou qualquer outro produto que você compre, mas no caso de um equipamento que poderia ser usado para a educação e para criar produtos que vão gerar emprego e renda para o Brasil, acho que todos deveriam se importar e muito", afirma.

O uso do computador de baixo custo no Brasil, para Maddog, teria boas chances de sucesso graças ao engajamento da comunidade de desenvolvedores. "Há uma grande aceitação dos softwares livres", pontua, destacando a qualidade dos profissionais brasileiros. "Olhe ao redor aqui na Campus Party, há um monte de gente brilhante", elogia.

Campus Party Brasil 2013

A sexta edição da Campus Party Brasil, uma das maiores festas de inovação, tecnologia e cultura digital do mundo, acontece entre 28 de janeiro e 3 de fevereiro no Anhembi Parque, em São Paulo. Na Arena do evento, 8 mil pessoas têm acesso à internet de alta velocidade e a mais de 500 horas de palestras, oficinas e workshops em 18 temáticas, que vão desde mídias sociais e empreendedorismo até robótica e biotecnologia. Cinco mil desses campuseiros passam a semana acampados no local.

A 6ª edição traz ao Brasil nomes como o astronauta Buzz Aldrin, um dos primeiros homens a pisar na Lua, e o fundador da Atari, Nolan Bushnell. Em sua sexta edição em São Paulo, a Campus Party também teve no ano passado a primeira edição em Recife (PE). O evento acontece ainda em países como Colômbia, Estados Unidos, México, Equador e Espanha, onde nasceu em 1997.

Nas edições brasileiras anteriores, o evento trouxe ao País nomes como Tim Berners-Lee, o criador da Web; Kevin Mitnick, um dos mais famosos hackers do mundo; Al Gore, ex-vice-presidente dos Estados Unidos; Steve Wozniak, que fundou a Apple ao lado de Steve Jobs; e Kul Wadhwa, diretor-geral da fundação Wikimedia,que mantém a Wikipédia.

O Terra cobre o evento direto do Anhembi Parque e, além do canal especial Campus Party Brasil 2013, os internautas podem acompanhar as novidades pelo blog Direto da Campus. Para seguir a festa pelo Twitter, basta acompanhar a hashtag oficial do evento, #cpbr6.

 

Fonte: Terra
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