CAR-T: tratamento de última geração contra o câncer deve avançar no Brasil
Até 2025, 300 pessoas por ano vão receber a terapia de última geração contra o câncer, a CAR-T, no SUS. Tratamento pode ser feito em caso de linfoma ou leucemia
A última geração dos tratamentos contra o câncer envolve as terapias personalizadas, como a CAR-T, desenvolvidas e produzidas no Brasil, de modo experimental. Neste cenário, a expectativa é que o procedimento seja oferecido, até 2025, a 300 pessoas por ano no Sistema Único de Saúde (SUS).
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A pesquisa brasileira com o uso da CAR-T é liderada pelo Hemocentro de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP), e pelo Instituto Butantan. No momento, apenas 10 pacientes com câncer passaram pelo tratamento, sendo que seis estão livres da doença. Este é um número animador, já que a terapia é somente disponibilizada para pessoas que não reagiram aos tratamentos oncológicos padrões.
"Ainda é muito cedo para a gente chamar de cura, mas as respostas são muito boas, porque esse perfil de paciente tem a sobrevida estimada em algumas semanas ou meses, apenas", afirma Diego Villa Clé, diretor de patologia clínica do Hospital das Clínicas de Ribeirão, da USP, para o jornal O Globo.
Como funciona a terapia CAR-T?
Vale explicar que a tecnologia é testada, por enquanto, contra leucemia (câncer no sangue) e linfoma (câncer no sistema linfático). Nestes casos, a equipe colhe amostras de sangue dos pacientes e separam os glóbulos brancos — para ser mais específico, selecionam os linfócitos T.
Em seguida, essas células são modificadas geneticamente e "aprendem" a combater o câncer específico presente na pessoa. No laboratório, ainda passam pelo controle de qualidade, que dura cerca de 45 dias. Se liberadas, o indivíduo recebe uma transfusão de sangue com essas células turbinadas, apelidadas também de CAR-T.
Como avança o uso da CAR-T no Brasil contra o câncer?
No final do ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a ampliação da capacidade de produção das células CAR-T usadas no tratamento contra o câncer. Até então, a produção era permitida apenas em escala experimental.
Com isso, a partir de maio deste ano, os cientistas vão recrutar 75 voluntários, diagnosticados com leucemia ou linfoma em estágio avançado. Este ensaio clínico irá selecionar pacientes em quatro centros de pesquisa no estado de São Paulo:
- Hospital das Clínicas de São Paulo, da USP;
- Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, da USP;
- Hospital das Clínicas de Campinas, da Unicamp;
- Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo (capital).
Caso o resultado dos testes seja positivo e passe pela análise da Anvisa, em 2024, a terapia CAR-T, produzida no Brasil, poderá ser oferecida em caráter regular e com capacidade de atendimento ampliado.
Fonte: Instituto Butantan e O Globo
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