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Caverna da era romana era usada como "portal para o submundo", diz estudo

Escavadores encontraram artefatos que indicam a realização de rituais de necromancia em caverna da era romana

17 jul 2023 - 10h43
(atualizado às 17h14)
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Lamparinas e crânio humano encontrados na caverna
Lamparinas e crânio humano encontrados na caverna
Foto: B. Zissu/Projeto Arqueológico Caverna Te'Omin

Uma caverna localizada nas colinas de Jerusalém pode ter sido um "canal de comunicação com os mortos" há cerca de 2 mil anos, segundo recente estudo publicado na Harvard Theological Review.

Os pesquisadores da Universidade Bar-Ilan e da Universidade Hebraica de Jerusalém, ambas em Israel, escavam o local desde 2009.

Desde então, tentam entender quais rituais culturais aconteciam na Caverna Te'omim. Foram encontradas armas, lâmpadas a óleo, moedas e três crânios humanos, sem sinal dos restos dos esqueletos, todos datados de 2 mil a 4 mil anos atrás. 

A hipótese mais provável é que populações pagãs — que fugiam de padrões de religiões como o islamismo e o cristianismo, predominantes à época — usavam o local como palco de rituais que encenavam uma conexão com o submundo, "convocando" falecidos de volta à vida. Esse tipo de ritual pode ser chamado de necromancia.

Acreditava-se que armas como adagas e machados evitavam que oferendas a entidades específicas fossem “roubadas” por outros espíritos. Além disso, segundo a pesquisa, as populações acreditavam que as lâminas serviam para proteger pessoas de "fantasmas" malignos dentro da caverna.

A caverna também "pode ter servido como um oráculo local" para os habitantes preverem o futuro, de acordo com a pesquisa. 

Adagas e outras lâminas também foram encontradas no local
Adagas e outras lâminas também foram encontradas no local
Foto: B. Zissu/Projeto Arqueológico Gruta de Te'omim

Segundo os arqueologistas, as lamparinas eram utilizadas para adivinhar o futuro com base nas formas do fogo que liberavam. 

A caverna Te'omim contém um poço profundo e uma nascente que forma uma espécie de piscina escavada na rocha — características encontradas em muitos santuários no mundo greco-romano. 

Os povos antigos, dizem os pesquisadores, acreditavam que esses espaços aquáticos e subterrâneos eram portais no submundo e que as cavernas forneciam um caminho para a ressurreição dos mortos.

“Esses ritos geralmente eram conduzidos dentro de tumbas ou cavernas funerárias, mas às vezes aconteciam em um nekyomanteion (ou nekromanteion) — um 'oráculo dos mortos'”, explicam.

Fonte: Redação Byte
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