Celular de Wassef: como PF pode ter quebrado senhas
Ex-advogado de Bolsonaro possuía quatro aparelhos, mas não forneceu senha para os agentes da Polícia Federal
A Polícia Federal obteve sucesso na quebra das senhas dos quatro celulares pertencentes a Frederick Wassef, advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os dispositivos foram apreendidos pela corporação na quarta-feira (17), na cidade de São Paulo.
A informação foi compartilhada pelajornalista Camila Bomfim, da GloboNews. Wassef não entregou a senha dos aparelhos. Isso está previsto na Constituição Federal, no Princípio da Legalidade (artigo 5º, II), que determina que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa sem ordem judicial.
Embora os detalhes exatos das técnicas dos agentes não sejam divulgados, como informou a PF ao Byte, há algumas informações disponíveis sobre como a autoridade brasileira pode desbloquear celulares em determinadas circunstâncias.
Software
Um dos mais conhecidos é o Cellebrite, uma empresa com sede em Israel, que oferece uma linha de serviços voltados para a análise forense de dispositivos eletrônicos.
Ela atua em um mercado que possui várias outras concorrentes, mas se destaca como um dos nomes mais reconhecidos nesse campo. As soluções que a companhia desenvolve são comercializadas exclusivamente para agências policiais e autoridades, o que limita sua disponibilidade a esses setores.
Através do seu software Cellebrite Premium, a empresa afirma ter a capacidade técnica de desbloquear uma variedade de smartphones com sistemas operacionais Android e iOS.
Além disso, a Cellebrite oferece suporte de laboratório com especialistas certificados em inteligência digital para auxiliar nas investigações.
É importante mencionar que o serviço não é infalível. A lista de dispositivos compatíveis está em constante atualização e não é publicamente divulgada.
Outro ponto é que a versão do sistema operacional também pode impactar a eficácia do desbloqueio.
Embora os detalhes específicos do funcionamento do serviço sejam mantidos como segredo comercial, geralmente a Cellebrite utiliza uma combinação de tecnologias, envolvendo tanto software quanto hardware, para desbloquear dispositivos móveis ou extrair o máximo de informações possíveis dos aparelhos, incluindo dados que tenham sido apagados.
A polícia do Rio de Janeiro já utilizou o software anteriormente para para obter mensagens apagadas de celulares, dentro da investigação sobre a morte do menino Henry Borel.