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As novidades (e críticas) do iPhone X, aposta da Apple para o futuro dos celulares

Aparelho eliminou o botão "home" e usa tecnologia de reconhecimento facial para ser desbloqueado; pré-vendas começam no final de outubro nos EUA, e modelo mais barato vai custar US$ 999.

13 set 2017 - 15h00
(atualizado às 16h01)
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Laçamento do iPhone X na Califórnia
Laçamento do iPhone X na Califórnia
Foto: BBC News Brasil

O novo iPhone X eliminou o botão "home". Para desbloqueá-lo, a câmera frontal do aparelho vai mapear o rosto do usuário identificando 30 mil pontos, que serão transformados num código matemático. Você pode mudar o penteado, colocar óculos e até envelhecer. Ainda assim, garantem os criadores, o sistema de reconhecimento facial vai funcionar.

Aposta da Apple para o futuro, o IPhone X foi apresentado nesta terça-feira na Califórnia. O aparelho exibe, de ponta a ponta, uma tela sem botões e que conta com a tecnologia OLED (sigla em inglês de Organic Light-Emitting Diodes, ou diodo emissor de luz orgânico). Feito em aço e cristal, vai ser vendido nas cores cinza e prata e é resistente a respingos, água e poeira, segundo o fabricante.

A pré-venda do X, que se pronuncia "dez" assim como o algarismo romano e o número de anos desde que foi lançado o primeiro iPhone, começa em 27 de outubro, e a previsão de lançamento é para 3 de novembro - porém apenas nos EUA e alguns outros países, grupo que não inclui o Brasil.

Além do reconhecimento facial, que representa uma evolução do ID Touch, o display do X não tem bordas, mas traz uma câmara frontal de 7 megapixels, com estabilização automática e modo retrato para selfies.

O iPhone X roubou a cena na apresentação desta terça da Apple. Além dele, foram mostrados o novo relógio Apple Watch Series 3, a Apple TV 4k e os celulares iPhone 8 e iPhone 8 Plus, estes dois últimos também resistentes a água e pó, de acordo com a empresa.

Fachada do prédio onde o iPhone X foi lançado
Fachada do prédio onde o iPhone X foi lançado
Foto: BBC News Brasil

Mais caro

O modelo mais básico do iPhone X, de 64 GB, vai custar US$ 999 (cerca de R$ 3,1 mil) nos EUA. O modelo de 256 GB, por sua vez, US$ 1.149 (R$ 3,5 mil).

O X vai custar mais caro que, por exemplo, um modelo similar de 64 GB do Note 8, da Samsung, que custa US$ 930.

O especialista Neil Mawston, da consultoria Strategy Analytics, classifica como "lendária" a habilidade que a Apple tem de fazer com que os consumidores gastem mais com seus aparelhos.

Segundo ele, a companhia sempre quis vender um aparelho por US$ 1 mil. "Temos visto como os preços estão subindo ano após ano, e existe muita pressão dos acionistas", observa.

"Pode haver um elemento de alta de preços para controlar a demanda e gerar um equilíbrio em relação à quantidade de celulares que podem produzir", avalia Mawston.

Apple Watch exibido num telão durante laçamento de novos produtos da empresa
Apple Watch exibido num telão durante laçamento de novos produtos da empresa
Foto: BBC News Brasil

A tela do iPhone X exibe tecnologia OLED Super Retina, que promete contraste e saturação de cores e tons escuros mais reais, além de economizar bateria se comparada com os displays das telas de retina das gerações anteriores.

A LG e a Samsung já usam tecnologia similar em seus aparelhos.

"O iPhone X é um investimento de longa data da Apple que estabelece um padrão para as próximas gerações do aparelho", observa Geoff Blaber, da consultoria em tecnologia CCS Insight. Para ele, o desafio é garantir peças suficientes para o novo produto.

Celular na mão de um usuário
Celular na mão de um usuário
Foto: BBC News Brasil

Receio

A Apple reconhece que os usuários podem estar apreensivos sobre como usar o reconhecimento facial para desbloquear o aparelho e conferir compras feitas pelo telefone.

Para driblar uma possível resistência, a empresa diz que o reconhecimento facial é mais seguro que o uso da digital. Argumenta que a possibilidade de outra pessoa "roubar" a identidade do usuário é uma em um milhão.

A tecnologia de identificação será feita por meio de uma câmara de profundidade e de um chip biônico. A Apple garante, por exemplo, que o sistema foi projetado para evitar o uso de fotos ou máscaras para ativar o aparelho.

Ainda não se sabe, contudo, se a tecnologia vai funcionar de forma eficiente.

Durante a apresentação na Califórnia, por exemplo, o sistema não funcionou de primeira para Craig Federigh, chefe de software da Apple que mostrava o novo modelo. Apareceu para ele aquela tela na qual é preciso digitar o código de acesso para desbloquear o aparelho.

Críticas

Alguns especialistas criticaram o fato de o telefone não ter mantido o uso da digital como segunda opção.

"Esse é o maior obstáculo que se tem agora", observa Carolina Milanesi, da Creative Strategies. "Muita gente vai ficar receosa de usar esse reconhecimento facial se não ficar provado que é seguro", complementa.

Para o especialista em tecnologia da BBC, Dave Lee, o X é o grande salto que os seguidores de iPhone e o mercado financeiro queriam, apesar de o novo produto trazer características já esperadas como o reconhecimento facial e os emojis animados, mais divertidos para interagir.

As novidades fazem o modelo ser o mais caro a história, observa o especialista.

Segundo Lee, a Apple era criticada por demorar a incorporar novas tecnologias em seus produtos. "Creio que essa visão vai continuar", observa.

Ele salienta que o novo produto incorpora a função de carregar o celular sem a necessidade de usar fios anos depois de a Samsung ter adotado a tecnologia.

"O visual - que não inclui mais o icônico o botão 'home' - surpreendentemente se parece com o da versão mais recente do Galaxy Note", avalia.

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