Em estilo musical da Broadway, S4 tem lançamento na contramão de Steve Jobs

Que a Samsung tem na Apple a sua arquirrival na estratégia de vendas de smartphones por todo o globo, isso não é novidade para ninguém. O modelo de lançamento do novo Samsung Galaxy S4, no entanto, realizado na noite da última quinta-feira, no Radio City Music Hall, em Nova Iork, nos EUA, mostra não só a postura agressiva da empresa sul-coreana "no quintal do iPhone", mas também um conceito de apresentação faraônico que vai no sentido totalmente oposto do tão apregoado pelo grande fundador da multinacional rival.  

Enquanto era vivo e guiava as aguardadas apresentações dos novos iPhones e iPads sempre ao estilo casual, com calça jeans surrada e camisa básica para dentro, somente com um telão no melho estilo Power Point, Steve Jobs tinha nas informações a serem passadas ao consumidor sua premissa básica, sem a necessidade de grandes intervenções artísticas, nada espalhafatoso. Para lançar ao mundo o aguardado S4, no entanto, a empresa sul-coreana fez do anúncio do novo smartphone um verdadeiro espetáculo da Broadway.  

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A começar pelo mestre de cerimônias, o ator Will Chase, com poder de carisma sobre a plateia, que fez o intermédio entre os aspectos técnicos do novo produto com pitadas generosas de entretenimento apoiadas por um casting de atores que contou com o pequeno Jeremy Maxwell, personagem dos vídeos que a Samsung divulgou dias antes do evento e que teria o "papel mais importante" no Samsung Unpacked 2013, guardando os segredos sobre o smartphone.

"Ouvimos um monte de especulações sobre o que mostraremos hoje. Gostaria de enfatizar algo. Nós estamos sempre ouvindo as pessoas sobre que tipo de progressos elas querem, e isso nos levou para a noite de hoje", justificou  J. K. Shin, recentemente eleito para presidir o conselho administrativo da Samsung, e chefe da divisão de aparelhos móveis da empresa asiática. Ele deixou de lado a primeira reunião do conselho acionista da empresa para estar pessoalmente na cerimônia, o que denota ainda mais a importância do lançamento para o mercado da sul-coreana. 

Em cerca de uma hora de apresentação para mais de cinco mil convidados, dentre jornalistas de todo o mundo, e clientes da multinacional asiática, Will Chase dividiu as atenções de forma direta e bastante explicativa com o chefe de marketing de produtos e telecomunicações, Ryan Bidan. 

Sempre que anunciava uma novidade do novo Galaxy S4, Bidan era sorrateiramente, para não dizer propositadamente, interrompido por Chase, que anunciava um novo episódio do lançamento, como, por exemplo, a ocasião em que a esposa comprovava que estava apenas com amigas se divertindo, com todas as partes interagindo no novo sistema de conversa em vídeo do aparelho que permite as três partes atuarem simultaneamente na tela do celular. 

A linha de apresentação, por mais que artística, não causou tédio, e atingiu o objetivo de ser bem explicativa, com direito a hands on para o público presente experimentar as novas funcionalidades do Galaxy S4. O assedio foi grande e teve início cedo, três horas antes do teatro abrir as portas, com os convidados fazendo fila na entrada mesmo com a sensação térmica negativa em solo novaiorquiino. 

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A estrategia encontra explicação direta no objetivo de desbancar a Apple nos EUA, mercado crucial onde a rival Apple ainda é soberana. Não à toa a Samsung escolheu Nova York para o lançamento do S4, espalhou outdoors imensos pela cidade, e promoveu flash mob em plena Times Square, de onde o público pôde acompanhar, com telão em full HD, a apresentação do novo celular inteligente sul-coreano. A investida é tida como cartada final pela empresa sul-coreana, que somente em 2012 gastou US$ 400 milhões em publicidade no mercado norte-americano.

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(Andre Naddeo viajou a Nova York a convite da Samsung.)