Celulares da China estão cheios de vírus espiões, segundo pesquisa
Uma nova pesquisa sugere que os usuários de aparelhos Android topo de linha vendidos na China estão tendo seus dados pessoais roubados
Uma nova pesquisa indica que alguns dos modelos de celular mais vendidos na China estão infestados de spyware, vírus que roubam dados pessoais para fins maliciosos. O estudo, ainda não revisado por pares da comunidade científica, foi publicado na sexta-feira (3).
Os cientistas afirmam que, além de vírus instalados por iniciativas isoladas, grandes marcas como Xiaomi, Oppo Realme e One Plus estão coletando dados confidenciais de seus próprios usuários.
As empresas foram procuradas por Byte, mas até o momento da publicação desta reportagem, não obteve retorno. O texto será atualizado com as respostas delas.
"No geral, nossas descobertas mostram um quadro preocupante do estado da privacidade dos dados do usuário no maior mercado Android do mundo e destacam a necessidade urgente de controles de privacidade mais rígidos para aumentar a confiança das pessoas comuns nas empresas de tecnologia, muitas das quais são parcialmente estatais", escrevem os pesquisadores Haoyu Liu, Douglas Leith e Paul Patras.
Segurança testada
Para testar a segurança dos dados nos celulares, os pesquisadores analisaram vários tipos de aparelhos. No experimento, eles se passaram por um "consumidor consciente" que opta por não enviar dados de análise e personalização às fabricantes, não usa armazenamento em nuvem ou qualquer outros serviços opcionais por terceiros.
Mesmo assim, informações pessoais como números de telefone, identificação de publicidade, dados de geolocalização e até dados relacionados a "conexões sociais" — como contatos e metadados de telefone e texto — foram coletados. Números de telefone na China estão ligados a um "ID de cidadão" individual usado até em situações legais.
De acordo com a equipe de pesquisa, todas essas informações estão sendo capturadas sem aviso ou aprovação do cliente. E não há maneira de interromper essa coleta de dados nem quando os usuários saem da China, mesmo que diferentes países têm diferentes leis relacionadas à privacidade.
Eles também descobriram que as informações eram enviadas às operadoras móveis chinesas mesmo quando elas não estavam prestando serviço, como quando nenhum chip havia sido inserido no celular.