Células-tronco podem revolucionar tratamento contra disfunção erétil
Estudo realizado por médicos da Universidade de Benha, no Egito, se mostrou positiva para a saúde sexual masculina
A busca por tratamentos eficazes para a disfunção erétil ganha um novo capítulo com a possibilidade de uso de células-tronco. Uma pesquisa recente conduzida na Universidade de Benha, no Egito, apresentou resultados promissores no uso dessas células para restaurar a função erétil em homens que não respondem bem aos tratamentos convencionais.
A célula-tronco é capaz de se transformar em diversos tipos de células no corpo, oferecendo um vasto potencial para tratamentos médicos. No estudo mencionado, dez homens com disfunção erétil, não responsivos a medicamentos tradicionais, receberam uma injeção única de suas próprias células-tronco diretamente no tecido peniano.
Seis meses após o procedimento, todos os participantes apresentaram melhorias, com mais da metade conseguindo realizar o ato íntimo.
O tratamento sugere, portanto, uma abordagem mais duradoura e potencialmente eficaz para enfrentar a disfunção erétil, uma condição que afeta cerca de metade de todos os homens acima dos 40 anos em algum grau, segundo o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido.
Como foi conduzido o estudo?
Para realizar o tratamento, médicos extraíram 10 ml de medula óssea dos pacientes, uma substância gelatinosa encontrada no interior dos ossos. Após a extração, realizada sob anestesia local, as células-tronco foram processadas e multiplicadas em laboratório antes de serem injetadas no tecido peniano dos pacientes. Imagens de ultrassom dos vasos sanguíneos circundantes foram feitas antes e depois do procedimento para avaliar a melhoria do fluxo sanguíneo.
Seis meses após o tratamento, houve uma melhoria notável na circulação sanguínea para o pênis, com 40% dos pacientes capazes de ter relações sexuais sem o auxílio de medicamentos. A teoria é que as células-tronco multiplicadas podem ter reparado células sanguíneas, nervosas ou musculares danificadas responsáveis pela impotência.
Funciona mesmo?
Enquanto os resultados iniciais são promissores, alguns especialistas ainda veem o avanço com cautela. Segundo o Professor Raj Persad, urologista da empresa especializada Bristol Urology, o estudo ainda é inicial e a resposta placebo não pode ser descartada. Mais pesquisas e ensaios clínicos são necessários para confirmar os mecanismos envolvidos e a eficácia do tratamento a longo prazo.