Cérebros podem ser um dos últimos órgãos a se decompor, afirma estudo
Restos analisados vão desde sepulturas massivas da Guerra Civil Espanhola até vítimas de sacrifícios rituais Incas
Pesquisadores descobriram que cérebros humanos podem resistir à decomposição muito além do que se presumia anteriormente.
Um estudo liderado por Alexandra Morton-Hayward, tafonomista molecular da Universidade de Oxford, na Inglaterra, catalogou mais de 4,4 mil cérebros, alguns datando de até 12 mil anos atrás, e foi publicado recentemente no periódico Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences.
A nova descoberta contraria a crença predominante de que o cérebro, sendo extremamente vulnerável após a morte, seria um dos primeiros órgãos a se decompor.
Sob certas condições, o cérebro humano pode ficar preservado mesmo quando outras partes do corpo se decompuseram completamente, diz o estudo. Os cérebros analisados variam em contexto, desde sepulturas da Guerra Civil Espanhola até vítimas de sacrifícios rituais incas, mostrando que a preservação pode ocorrer em uma variedade de ambientes.
É possível, portanto, que componentes bioquímicos característicos do tecido cerebral favoreçam sua longevidade após a morte. Estudos futuros planejados pelos pesquisadores buscarão entender quais processos seriam esses.