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CES: brasileiros criam óculos de realidade virtual de R$ 99

'BeenoculUs' funciona em conjunto com smartphone que roda aplicativo desenvolvido a partir de kit de software elaborado pela start-up brasileira

7 jan 2015 - 08h44
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Kit para desenvolvedores de software que roda com o sistema Beenoculus custa R$ 500
Kit para desenvolvedores de software que roda com o sistema Beenoculus custa R$ 500
Foto: Facebook / Reprodução

Quem passa pelo Eureka Park, dentro da CES 2015, a maior feira de tecnologia do mundo que acontece em Las Vegas, nos Estados Unidos, até o dia 9 de janeiro, não tem como não reparar em uma singela bandeira do Brasil pendurada no stand de número 75134. Trata-se do espaço da empresa paranaense Beetech Software House, criadora do Beenóculus, um óculos de realidade virtual de baixo custo desenvolvido inteiramente no Brasil e já disponível em regime de pré-venda por R$ 99. “Nossa ideia sempre foi desenvolver um produto acessível para democratizar o acesso à realidade virtual com foco não só em games, mas também no potencial educativo dessa ferramenta”, diz José Evangelista Terrabuio Júnior, co-fundador da Beenoculos, presente na feira.

Um dos primeiros aplicativos de demonstração do Beenoculus nasceu de uma parceria com o Departamento de Telemedicina da Universidade de São Paulo (USP) para levar a pesquisa e as imagens do Projeto Homem Virtual às salas de aula. “Usamos o material produzido pela USP e criamos um aplicativo que simula uma viagem dentro do corpo humano”, explica Terrabuio. Este repórter testou o sistema e garante que a sensação de viagem dentro do corpo humano - mais especificamente ao ouvido - é assustadoramente real. “Você imagina um professor dando aula sobre o ouvido humano poder levar toda a sala a uma viagem ao órgão estudado - é o tipo de imersão capaz de segurar a atenção até dos jovens da geração Y”, diz o fundador da Beenoculos.

Os primeiros aplicativos feitos para demonstrar o funcionamento do Beenoculus foram criados pela própria empresa; futuramente, outros desenvolvedores poderão criar seus aplicativos
Os primeiros aplicativos feitos para demonstrar o funcionamento do Beenoculus foram criados pela própria empresa; futuramente, outros desenvolvedores poderão criar seus aplicativos
Foto: Facebook / Reprodução

Com um celular instalado em um suporte plástico e calibrado para reagir aos movimentos da cabeça, somado a um par de lentes para direcionar a luz da tela do smartphone aos olhos do usuário, a ilusão, aparentemente simples, está completa. O que não quer dizer que o desenvolvimento do produto foi fácil.

O Beenoculus foi protipado com ajuda de impressoras 3D algumas vezes até chegar à forma que ele tem hoje - definida há pouco mais de quatro meses. Só depois começou a fabricação das peças, feita pelo processo de injeção plástica. As lentes, ajustáveis para dar o efeito de realidade virtual a partir de imagens na tela do celular, foram desenvolvidas no Brasil, mas são fabricadas no exterior para garantir polimento ideal. 

60 mil unidades e R$ 200 milhões de faturamento

A ideia é produzir até 60 mil unidades do Beenoculus em uma fábrica em Barueri, no interior de São Paulo, e vender 1 milhão de unidades em dois anos. O faturamento esperado no período com as vendas tanto do Beenoculus, quanto das licenças de software para criar aplicativos que funcionem com o dispositivo é de R$ 200 milhões - mais do que o suficiente para amortizar os R$ 2,5 milhões investidos por um grupo de sócios no começo do empreendimento.  

Formato final do óculos foi definido há quatro meses e 60 mil unidades serão fabricadas e vendidas a R$ 99 cada
Formato final do óculos foi definido há quatro meses e 60 mil unidades serão fabricadas e vendidas a R$ 99 cada
Foto: Facebook / Reprodução

Não serão só aplicativos educacionais que garantirão tamanho faturamento. Simulação de voo e de aventuras em um 4X4, além de visitas virtuais a cidades reais já são alguns dos aplicativos de demonstração do produto. Ou seja, os jogos devem ser um dos grandes motores de retorno financeiro do Beenoculus.

“Só no primeiro dia de CES, mais de 200 pessoas pararam para saber como o produto funcionava, pediram cartões de visita e alguns chegaram a propor parcerias”, diz Terrabuio. “Sempre acompanhei a CES pela internet, mas estar aqui, e como expositor, supera qualquer expectativa”, finaliza. 

* O jornalista viajou a convite da Qualcomm

Fonte: Terra
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