ChatGPT ajuda a desmentir fake news sobre vacinas
Pesquisadores conduziram o ChatGPT a responder as 50 perguntas mais frequentes sobre a vacina da covid-19 e perceberam que ele ajuda a desmentir os boatos
O chatGPT tem potencial para ser um aliado na luta contra as fake news em torno da segurança das vacinas, conforme revela um estudo publicado na revista científica Human Vaccines & Immunotherapeutics, no último domingo (3). Os pesquisadores conduziram o chatbot a responder as 50 perguntas mais frequentes sobre a vacina da covid-19, com boatos inclusos. A tecnologia conseguiu uma pontuação média de 9/10, em termos de precisão.
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Os autores chegaram à conclusão de que a ferramenta de inteligência artificial pode ser considerada como uma "fonte fiável de informação não técnica para público", especialmente para pessoas sem conhecimentos científicos especializados.
"No geral, o ChatGPT constrói uma narrativa alinhada com as evidências científicas disponíveis, desmascarando mitos que circulam nas redes sociais. Assim, facilita potencialmente um aumento na aceitação da vacina. O ChatGPT pode detectar questões falsificadas relacionadas à vacinação", afirma o estudo.
"A linguagem que a IA utiliza não é muito técnica e, portanto, facilmente compreensível para o público, mas sem perder o rigor científico. Reconhecemos que a versão atual do ChatGPT não pode substituir evidências científicas ou de especialistas. Mas os resultados sugerem que poderia ser uma fonte confiável de informações", concluem os pesquisadores.
ChatGPT desmente fake news sobre vacinas
As consultas cobriram três tema: o primeiro deles foi os equívocos em torno da segurança, como a vacina responsável por causar a covid longa. Em seguida vieram as falsas contra-indicações e as situações médicas em que a aplicação da vacina é segura.
As questões também se relacionavam com as verdadeiras contra-indicações, ou seja, uma condição de saúde em que a vacina não deveria ser utilizada, e casos em que os médicos devem tomar precauções, como um paciente com inflamação do músculo cardíaco.
Para entender melhor como o chatGPT se comporta frente a essas questões, os especialistas analisaram as respostas e classificaram em termos de veracidade e precisão em relação às evidências científicas atuais e às recomendações da OMS e de outras agências internacionais.
As respostas aos três temas das perguntas foram em média 85,5% precisas ou 14,5% precisas, mas com lacunas nas informações. Os autores revelam, ainda, que o ChatGPT forneceu respostas corretas às dúvidas que surgiram de mitos genuínos sobre vacinas e àquelas consideradas nas diretrizes de recomendação clínica como contraindicações falsas ou verdadeiras.
O que o ChatGPT diz quando perguntamos sobre um boato
Que tal darmos uma olhada então no que o chatGPT responde quando questionado sobre um boato em torno das vacinas? Selecionamos as maiores fake news sobre vacinas contra covid-19 e resolvemos testar, na prática, quais são as respostas.
Um dos boatos gira em torno de supostos danos irreversíveis ao DNA, causados pela vacina da covid-19. Uma vez questionado sobre isso, o chatbot prontamente desmentiu:
Outro rumor que ficou muito famoso durante a pandemia foi a vacina da covid-19 causar autismo. O chatbot não apenas desmente, como também esclarece como surgiu essa confusão:
As fake news sobre vacinas têm preocupado cada vez mais os especialistas, já que foram responsáveis por pelos números baixos de vacinação infantil, por exemplo. Por isso, ter um aliado nesta luta (no caso, o ChatGPT), pode fazer a diferença.
Fonte: Human Vaccines & Immunotherapeutics, Vaccine
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