ChatGPT liderou e concorrência foi atrás: como foi a inteligência artificial em 2023
Avanço de nova tecnologia afetou desde discussões sobre ética até saúde, passando por entretenimento e cibersegurança
Quem não tomou um caldo da onda de notícias sobre inteligência artificial (IA) que dominou o noticiário de 2023 pode se considerar um sujeito de sorte. O progresso da tecnologia não poupou quase nenhum campo; impactou tudo o que sabíamos sobre direitos autorais, automação de tarefas entretenimento e até crimes.
Um dos pontos altos do ano foi o lançamento do GPT 4 pela OpenAI, em março. Foi uma evolução significativa em relação ao seu predecessor, o GPT 3.5. Essa nova versão ampliou ainda mais as potencialidades trazidas pelo chatbot lançado em novembro do ano anterior.
O espaço entre o lançamento do ChatGPT e o GPT 4 foi curto, o que atiçou ainda mais uma verdadeira "corrida pela IA" entre gigantes da tecnologia nos primeiros meses do ano. O impacto foi tanto que muitas empresas, como o Google e a Microsoft, se apressaram em lançar seus produtos similares de inteligência artificial que ainda estavam sendo desenvolvidos.
A corrida pela inteligência artificial
Após tropeços envolvendo alucinações logo em seu lançamento, o chatbot de IA Bard, do Google, recebeu neste final de ano o novo modelo fundacional Gemini, capaz de ensinar matemática e programar.
Durante o ano, a IA se infiltrou mais profundamente em nosso cotidiano, influenciando desde os resultados de buscadores até as recomendações em plataformas de streaming.
Mas os avanços não foram exclusivos das big techs: um novo mercado de produtos com IA emergiu impulsionado por empresas menores e startups.
No campo da saúde, a IA fez avanços significativos em 2023, especialmente no diagnóstico médico, desenvolvimento de medicamentos e personalização de tratamentos. Em agosto, pesquisadores descobriram a IA poderia elevar em 20% detecção de câncer de mama e reduzir o trabalho de radiologistas.
Regulação corre atrás da IA
A rápida evolução da IA levantou preocupações significativas sobre a regulação e os possíveis malefícios dessas tecnologias. Quem saiu na frente foi a União Europeia, que fechou acordo inédito sobre o assunto no início de dezembro após meses de discussões.
O texto exige que modelos como o ChatGPT cumpram quesitos de transparência antes de serem colocados no mercado, entre outras obrigações.
No Brasil, o assunto parece avançar a passos lentos. Uma reportagem recente do Byte mostrou que, enquanto projetos de lei chegam a olhar para o tema, colocar em pauta a regulação da tecnologia ainda desperta pouco interesse nos parlamentares.
Em clima de fechamento de ano, a Nature, revista científica mais renomada do mundo, também não deixou a IA de fora. Pela primeira vez na história, a publicação escolheu uma personalidade não-humana para a lista de 10 pessoas mais influentes na Ciência no ano: o ChatGPT.
Essa estreia de um robô no levantamento é "um reconhecimento do papel que a inteligência artificial (IA) desenvolvida para imitar a linguagem humana está tendo no desenvolvimento e no progresso da ciência", declarou o periódico.