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Chefão da Microsoft defende contrato militar após protesto de funcionários

Satya Nadella diz que não vai impedir o uso de tecnologia por instituições eleitas numa democracia para proteger a liberdade

26 fev 2019 - 16h28
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Satya Nadella, presidente-executivo da Microsoft, defendeu o contrato de US$ 479 milhões com o exército dos EUA para o fornecimento de dispositivos de realidade aumentada. Na sexta-feira, funcionários da companhia criaram um abaixo assinado interno pedindo que a Microsoft cancele o contrato.

"Tomamos uma decisão de que não vamos impedir o uso de tecnologias por parte de instituições que elegemos em nossas democracias para proteger a liberdade da qual desfrutamos", disse ele à CNN durante o Mobile World Congress (MWC), principal evento de telefonia do mundo, que acontece até quinta em Barcelona. "Somos transparentes a respeito dessa decisão, e continuaremos a dialogar com os funcionários.

Acertado em novembro de 2018, o contrato da Microsoft prevê a entrega de um sistema de realidade aumentada, produto que a Microsoft já tem em seu portfólio: o HoloLens. Os óculos sobrepõe imagens virtuais com o mundo real, tecnologia semelhante ao do jogo Pokémon Go. O contrato prevê a entrega de até 100 mil unidades. No domingo, 24, a Microsoft apresentou a nova geração do HoloLens durante o MWC.

Segundo a CNN, os documentos relacionados ao contrato indicam que o exército dos EUA procura uma plataforma única para aumentar a "letalidade, mobilidade e consciência de situação". O abaixo assinado dos funcionários diz: "Como funcionários e acionistas, não queremos nos tornar exploradores de guerra".

"Não é sobre uma companhia tomar atitudes arbitrárias, não é sobre 50, 100 ou até 100 mil pessoas", disse ele. "É sobre ser um cidadão corporativo em uma democracia", disse.

No ano passado, funcionários do Google fizeram a companhia abandonar o Projeto Maven, um contrato firmado com o Pentágono para melhorar a inteligência artificial de drones militares.

Estadão
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